Consumidor paulistano está mais pessimista


O consumidor paulistano está mais pessimista, segundo dados do Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio). Em março, o ICC registrou queda de 4,6% em relação a fevereiro, com 128,3 pontos, contra 134,5 pontos no mês anterior. Este resultado é um indicativo da piora da avaliação dos consumidores da condição econômica atual e da perspectiva em relação ao futuro. O índice é apurado mensalmente pela Fecomercio junto a 2.100 consumidores do município de São Paulo e varia de 0 (pessimismo total) a 200 (otimismo total).

Na análise do presidente da entidade, Abram Szajman, o resultado é fruto da lenta recuperação da economia, que afeta diretamente a rotina das pessoas. “As medidas anunciadas no PAC não alteraram no consumidor a percepção de que não haverá avanços expressivos de emprego e renda no curto prazo”, afirma Szajman.

O resultado do ICC foi influenciado pela variação negativa do Índice de Expectativas do Consumidor (IEC), que ficou em 125,1 pontos, retração de 5,2% ante o mês anterior, e pela queda do Índice de Condições Econômicas Atuais (ICEA), que apresentou redução de 3,8% em relação a fevereiro, com 133,2 pontos. O IEC indica a percepção do consumidor em relação ao futuro, enquanto o ICEA mede o grau de otimismo dele em relação ao presente.

A retração no IEC foi influenciada principalmente pelas quedas nas avaliações de consumidores de todas as faixas de renda. Naqueles com rendimentos inferiores a 10 salários mínimos, a retração foi de 6,4%, contabilizando 122,7 pontos. Já no público com salários superiores a 10 salários mínimos, a redução foi de 3,1%, resultando em 129,4 pontos.

Já no ICEA, os rendimentos influenciaram no humor do consumidor. Houve um aumento de 2,5%, totalizando 150,8 pontos, na percepção dos consumidores com renda superior a 10 salários mínimos. No universo de pessoas com rendimentos inferiores a este patamar, o mesmo índice registrou redução de 7,7%, contabilizando 123,7 pontos.

Por segmento – Na segmentação da análise, o ICC apresentou quedas semelhantes para o grupo masculino (-4,2%) e para as mulheres (-5,1%), o que tem sido regra. Esta diferença nos índices entre os sexos se mantém também no IEC, onde as mulheres possuem uma variação negativa maior (5,9%), em relação aos homens (4,4%).

Na avaliação por idade, os consumidores com menos de 35 anos estão mais pessimistas em março e apresentaram uma queda radical: 5,9%, com 130,3 pontos. Esse comportamento se explica porque no início do ano o grupo jovem sente-se mais ameaçado pelo desemprego, visto que se encerra o período de contratação temporária – que tem como foco principal este público. Já entre as pessoas acima desta faixa etária, a redução da confiança foi mais suave: 2,4% (124,6 pontos).

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