A contagem regressiva começou. Faltam quinze dias para um dos maiores eventos do e-commerce brasileiro, a Black Friday. Criada há muitos anos nos Estados Unidos, sendo sempre realizada na sexta-feira após o dia de Ações de Graças, a data chegou ao Brasil, pela primeira vez, em 2010. Mas, ao contrário do que ocorre nas terras de Tio Sam, cujo dia de ofertas começou antes do surgimento da Internet e, com isso, prevalece no comércio físico, aqui a Black Friday veio mais forte no e-commerce e assim prevalece. E, mesmo que ainda tenha apenas cinco edições, seu crescimento foi rápido e já faz parte do calendário do mercado online brasileiro, tanto para as empresas quanto para os clientes. Ambos já esperam avidamente pela sua chegada para conseguir boas oportunidades.
Não é por menos, afinal a edição de 2014 pode ser considera, até agora, como um marco para o evento no País. Em números, o faturamento foi de R$ 1,16 bilhão, representando aumento de 51% em relação ao mesmo dia em 2013, segundo dados da E-bit/Buscapé. E já se pode prever que neste ano o sucesso poderá ser o mesmo, com expectativa, inclusive, de ultrapassar as porcentagens anteriores. Isso, porque a mesma pesquisa constatou que 80% dos consumidores on-line esperam poder comprar alguma coisa na Black Friday. Mas e a crise? Ela pode ser, por incrível que pareça, um fator benéfico, pois como as pessoas contiveram seus gastos durante todo o ano, por conta da alta da inflação, do dólar, do desemprego e pessimismo, elas poderão deixar para comprar itens das suas listas de desejos, aproveitando os grandes descontos e promoções. “Essa é uma boa oportunidade para as empresas gerarem vendas, já que o tráfego aumenta na data”, afirma Débora Capobianco, gerente de marketing da Privalia.
Inclusive, a executiva percebeu que nos últimos dois anos houve um crescimento considerável de visitantes nas primeiras horas do evento. “Acredito que o consumidor brasileiro passou a adotar a data e aproveitar as ofertas do dia para centralizar as compras”, avalia. Dessa maneira, torna-se mais do que vantajoso ter a empresa participando da data, é essencial. Não apenas pelas vendas, mas principalmente na grande chance de expor a marca a uma quantidade maior de consumidores. “Ter a sua empresa dentro desta data especial pode trazer um volume de clientes e vendas considerável”, adiciona Fábio Ricotta, cofundador da Agência Mestre.
Ainda mais neste momento, porque muito mais do que os números, a Black Friday de 2014 foi um divisor de águas por mostrar que as empresas estavam muito mais preparadas, estruturadas, oferecendo descontos reais e dispostas a colocar fim naquilo que prejudicava a imagem do evento. “Acompanhei muito bem, tanto como consumidor, quanto como planejador junto a empresas, e vejo como uma constante melhoria. No último ano, notei que várias empresas ofereceram reais oportunidades para os clientes. Isto é o que mais me motiva”, complementa Ricotta. Porém, não motiva apenas a ele, como também ao restante dos consumidores, que também estão mais maduros e mais seguros quanto à data. Eles acompanham previamente as ofertas, comparam preços entre as lojas, pesquisam mais, tudo em prol de suas conquistas. Caso perceba alguma fraude ou algo que o descontente, o cliente também não hesita em reclamar, divulgar sua insatisfação e propagar sua experiência ruim a outros compradores. O que só deixa as empresas mais cientes que não oferecer uma boa estrutura, atendimento, serviço ou resolução de problemas, sua participação na Black Friday poderá ser fracassada. “Isso pode fazer com que a loja não atue de forma adequada, criando frustrações nos clientes habituais. O que pode acabar quebrando os ´ovos de ouro´ do negócio´”, conta Fabrizzio Topper, diretor e consultor da Topper Minds.
Para isso, Leandro Soares, diretor de marketplace do MercadoLivre, elencou alguns passos importantes para o negócio alcançar e ter bom desempenho: em primeiro lugar, é preparar o estoque; em seguida, o valor de venda deve ser realmente uma oferta; já o frete, se possível oferecê-lo gratuitamente. “Uma Black Friday bem sucedida gerará negócios para o resto do ano. Um cliente feliz volta e pode trazer outros clientes. Um cliente insatisfeito não retorna e espalha a informação”, comenta.
Como exemplo de como o evento pode oferecer retornos significativos, há empresas que desejam expandi-lo. No caso do Grupo Netshoes, um dia pareceu pouco, tanto que pelo segundo ano a empresa realiza o Black November. Segundo Bruno Couto, head de marketing e comunicação, no ano passado, foram registrados mais de um milhão de pedidos no mês e o tráfego de visitantes cresceu 160%, com relação a novembro de 2013. “Em visitantes únicos, tivemos 60 milhões de pessoas em nosso e-commerce, número que representa mais da metade da internet brasileira e, neste período, observamos que 45% dos pedidos foram efetuados por novos clientes”, detalha.
Há ainda aqueles que desejaram seguir o caminho norte-americano e vão fazer com que o evento aconteça no ambiente offline. Pela primeira vez, a Companhia Hering terá todos os franqueados participando. “Iremos ampliar nossa atuação e atender aos consumidores que preferem pela compra nas lojas físicas”, conta Ronaldo Loos, diretor comercial. Já o Peixe Urbano incluirá alguns estabelecimentos comerciais na lista de empresas que oferecerão ofertas. “Queremos que todos possam participar da ocasião, aproveitando o maior trafego online e a maior procura por ofertas para adquirir novos clientes e aumentar as vendas”, assume Adalberto Da Pieve, diretor de marketing. “Os consumidores, esse ano, poderão aproveitar promoções diferenciadas durante o evento também para restaurantes, salões de beleza e outros estabelecimentos do ´mundo real´.”
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