A intenção de viagem das famílias da classe C aumentou nos últimos três meses, segundo a sondagem de consumidor realizada pelo Ministério do Turismo/FGV. Na faixa de renda até R$ 2.100, o aumento chegou a 78%. Já na faixa salarial de até R$ 4.800 o aumento foi de 24,5% passando, de 15,5% para 19,3%, no mesmo período. Ainda que a pesquisa trate de uma expectativa de viagens nos próximos meses, os dados ratificam o crescimento das viagens domésticas pelo Brasil, nos últimos anos. Só em 2013 foram realizadas 201,8 milhões de viagens pelo Brasil, contra 197 milhões do ano anterior.
“Há cinco anos, eram 38 milhões de brasileiros viajando pelo país e hoje eles chegam a 63 milhões. O crescimento de mais de 65% se deve principalmente à classe C. O crédito fácil e a economia estável deram condições das classes mais baixas terem acesso às viagens”, explica José Francisco Lopes, diretor do Departamento de Estudos e Pesquisas do Ministério do Turismo. Facilidade de parcelamento e planejamento também foram fatores que auxiliaram para o acréscimo no número de viagens dos brasileiros.
Para o IBGE, a classe C engloba as famílias com renda entre R$ 2,9 mil até R$ 7,2 mil e é nesta faixa que se encontram os clientes responsáveis por 20% das vendas de uma das maiores operadoras de turismo do país. O percentual é quase igual ao da classe A (renda superior a 20 salários mínimos) que é 23%. Já segundo uma pesquisa do Sebrae, a classe C dá grande importância ao planejamento financeiro familiar para viajar. As decisões sobre o destino da viagem são tomadas em família e a compra de um pacote com agências representa segurança, devido a experiência dos agentes.
A pesquisa de sondagem de intenção de viagem do consumidor é realizada pelo Ministério do Turismo/FGV todos os meses, em sete capitais brasileiras e mede a vontade das pessoas em viajar nos próximos seis meses. Ao todo foram feitas duas mil entrevistas nas cidades de Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.