Aumenta o número de paulistanos em abril com dívidas em atraso. Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio), 45% dos entrevistados afirmaram estar inadimplentes, contra 41% no mês anterior. Já o percentual de consumidores endividados permaneceu estável em 62%, mesmo índice de março. Já na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o nível de endividamento teve alta de 1%.
Mesmo apresentando estabilidade neste mês, o indicador da PEIC é preocupante, pois permanece em patamar elevado. Além disso, o endividamento afeta principalmente os consumidores com rendimentos de até três salários mínimos: 68% desse público estão endividados, o que significa aumento de 3% em relação ao mês passado. Entre os que possuem renda de 3 a 10 salários mínimos, o nível de endividamento é de 64%. Já no universo dos consumidores com rendimento superior a 10 salários mínimos, o percentual é de 54%.
O presidente da Fecomercio, Abram Szajman, alerta para o fato de que o alto nível de endividamento dos consumidores de menor renda, fruto da facilidade de crédito e da falta do aumento sustentado de renda, é preocupante a longo prazo. “Tudo indica que neste ano o crédito continuará se expandindo. Mas é importante observar que sem um aumento significativo do emprego e da renda a situação do consumidor pode ficar insustentável e acarretar o aumento da inadimplência”, afirma.
No que se refere a inadimplência, a situação também é maior entre as pessoas com rendimentos de até 3 salários mínimos, atingindo 64% dos consumidores – aumento de 5% em contraponto a março. Esse resultado é fruto do crescimento da oferta de crédito em detrimento do aumento da renda, fato que vem se concretizando em virtude da impossibilidade dos consumidores honrar suas dívidas. Em abril, 72% dos consumidores com dívida em atraso declararam intenção de pagar total ou parcialmente suas contas, o que representa aumento de 6% em relação ao mês anterior.
O comprometimento da renda dos consumidores endividados, que indica o percentual da renda comprometida com o pagamento de dívidas, houve queda de 2% em abril, em relação ao mês anterior, atingindo 31%. Entre os consumidores com rendimentos de até 3 salários mínimos, esse comprometimento chega a 35%. Já no que se refere ao prazo médio de endividamento, 46% dos entrevistados afirmaram ter dívidas no período de 3 meses a 1 ano, aumento de 3 pontos percentuais na comparação com o mês anterior.
Análise por sexo e idade – Entre homens e mulheres, nota-se que não há variação significativa de comportamento em relação aos resultados dos indicadores globais. Os homens apresentam-se um pouco mais endividados (63%) que as mulheres, (61%). Com relação a inadimplência, as mulheres apresentam um maior percentual: 46% contra 43% dos consumidores masculinos.
Na análise segmentada por faixa etária, os consumidores com idade inferior a 35 anos apresentam-se mais endividados (65%) do que os consumidores acima desta faixa etária (57%). O mesmo ocorre com a inadimplência: entre os mais jovens ela corresponde a 45% dos entrevistados, enquanto no público com mais de 35 anos ela é de 43%.