Crescimento econômico e sustentabilidade



Ao analisar os custos com matéria-prima, energia e salários, o industrial brasileiro não tem dúvidas: o pagamento da mão-de-obra é o que mais pesa no preço final dos produtos. Este é o resultado de uma pesquisa mundial realizada pela consultoria Grant Thorton International, representada no Brasil pela Terco Grant Thornton. A pesquisa tinha por objetivo checar se há incompatibilidade entre o rápido crescimento da economia global e a sustentabilidade, tendo em vista as discussões sobre o acelerado crescimento global e, também, os principais problemas enfrentados pela indústria de transformação.


O estudo chamado IBR – Grant Thornton International Business Record ouviu 7.200 empresas de 32 países, incluindo o Brasil (foram ouvidos 150 empresários brasileiros, sendo 100 de São Paulo, 25 de Salvador e 25 do Rio de Janeiro). No geral, a pesquisa diz que os custos com a matéria-prima e com energia causam os maiores impactos nos preços dos produtos, respectivamente 63% e 45% das respostas. No Brasil, no entanto, o maior impacto, dizem os industriais, são os encargos com os salários.


No Brasil, de acordo com o IBR, o fator de maior impacto nos preços é o custo com funcionários, citado por 49% dos entrevistados – número inferior ao de países como Argentina (73%) e Turquia (71%), mas superior à dos Estados Unidos (31%) e Alemanha (33%), entre outros. “Não estamos em primeiro lugar entre os países, mas a percepção das empresas no Brasil é de que o custo da empregabilidade é um fator de grande impacto”, explica Wanderlei Costa Ferreira, sócio da Terco Grant Thornton. “Dependendo da métrica utilizada, os gastos com encargos representam de 60% a 100% dos salários.”


O custo com a matéria-prima, citado por 63% das indústrias de todo o mundo como uma ameaça aos preços dos produtos industrializados, foi lembrada por 42% dos brasileiros. Já o número de respostas dos brasileiros para o valor pago pela energia é um dos mais baixos da pesquisa – apenas 23%. Fica acima apenas da Austrália, onde a energia foi lembrada por 18%. Vale lembrar que os dois países são auto-suficientes em energia.


Apesar de o Brasil não citar custos com energia como o principal problema, é o país que mais tem investido em equipamentos para economizar. Enquanto 44% dos pesquisados globais estão preocupados em fazer essa economia, 66% dos brasileiros garantem estar investindo em equipamentos para reduzir gastos com energia. E no ranking que mostra como os países estão se preparando para um futuro aumento de preços por causa dos gastos com energia, o Brasil é o segundo colocado, mostrando que o empresariado está realmente empenhado em reduzir o uso de energia.

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