Ainda acredita-se muito que quanto maior a empresa, maior será a probabilidade de ter sucesso no mercado. Claro, o fato de possuir mais verba para a realização de seus projetos pode ser um diferencial. Afinal, quem não gostaria de ter mais dinheiro para estar à frente de sua concorrência e poder investir em novidades e outras tecnologias? Porém, essa não deve ser uma regra do mercado, ainda mais com o crescimento de um novo tipo de negócio, que surge como prova de que isso nem sempre é verdade. “Muitas vezes ser o líder significa perder flexibilidade e, com isso, abrir espaços para entrantes ágeis, as startups”, conta Cassio Spina, fundador do Anjos do Brasil, organização sem fins lucrativos, que procura fomentar o crescimento no País de investimentos-anjo, que são pessoas que ajudam a financiar empresas nascentes com alto potencial de crescimento, ou seja, as startups. “Assim, hoje as grandes empresas começam a buscar formas para utilizar a agilidade das startups para inovarem seu próprio negócio, criando projetos que correm em paralelo a sua inovação fechada.”
A abertura de espaço e oportunidades citadas por Spina também ocorreu pela evolução da Internet. “Para exemplificar, enquanto que há 15 anos, para se montar um serviço online, eram necessários vários milhões de reais, atualmente é possível se colocar no ar um mesmo serviço por menos de R$ 100,00”, conta. Assim, ao mesmo tempo em que muitos negócios migraram para os serviços online, as startups surgiram para ajudá-los e também o consumidor final, oferecendo soluções para certos problemas. “As startups são modelos de negócio voltados para inovação rápida e escalável, assim, elas conseguem criar novos produtos e soluções com velocidade e agilidade a custos extremamente reduzidos, comparando-se com os modelos de inovação tradicional.”
Consequentemente, elas vêm transformando o mercado com esse maior dinamismo e versatilidade, fazendo com que as empresas tradicionais, que se encontram em dificuldade para acompanhar as inovações, procurem por elas, a fim de integrarem neste mundo, terem seus serviços e produtos e conseguirem bons frutos. “Além disso, as grandes empresas percebem que, se não adaptarem a essa nova realidade, ficarão defasadas, sob risco, inclusive, de sobrevivência”, explica o executivo. Spina, ainda, ressalta que a principal chave do sucesso é a criatividade, seja para a criação do produto/serviço que está sendo desenvolvido, mas também pela forma de se relacionar com os clientes. “É preciso ter uma ‘personalidade’ bem clara da sua empresa, podendo ajudar no desenvolvimento de sua imagem perante seus consumidores.”
Junto à criatividade, o empreendedor não pode se esquecer da necessidade de seu cliente. Aliás, o executivo conta que um dos grandes erros é começar o projeto de uma startup por um ideia, mas é essencial pensar primeiro no mercado, buscas aquelas oportunidades onde os concorrentes ainda não tenham alcançado ou não possuam capacidade para atender. É preciso resolver o problema de forma real. “A partir daí pode-se estruturar soluções que sejam inovadoras e diferenciadas para atender estes anseios mal resolvidos”, declara.