Há um tempo o varejo vem apresentando crescimento positivo, resultado de uma fase de aumento da renda do brasileiro, bem como da melhor oferta de crédito no país. Segundo dados do IBGE, o rendimento médio, em 2004, era de R$ 1.960,30, e passou para R$ 2.765,80, em 2014. Não por menos, o saldo total de crédito passou de 23,8% do PIB, em 2002, para 54,8% do PIB, em 2015, como mostram os dados do Banco Central. Como em qualquer cenário econômico, quando a população se encontra em condições de vida melhores, seus gastos também irão crescer. Foi o que ocorreu com o mercado brasileiro até meados do ano passado. “De acordo com dados do IBGE, o varejo apresentou crescimento médio de 8%, desde 2004. Onde o resultado mais expressivo foi em 2010, com crescimento de 10,9% e o menor em 2014, crescimento de 2,2%”, detalha a assessora econômica da FecomércioSP, Fernanda Della Rosa.
Além do cenário fértil, nesse período, também houve um avanço por conta das novas tecnologias. Ferramentas surgiram beneficiando a gestão do negócio, rumo a uma maior aproximação com os consumidores, bem como favoreceu o crescimento do e-commerce. “Também surgiram novos produtos e serviços oferecidos cada vez mais de forma prática e rápida aos consumidores”, acrescenta a assessora.
Por outro lado, por mais que tenha crescido, desenvolvido e evoluído, o varejo se encontra em uma fase não tão positiva quanto há alguns anos. Resultado da crise, o cliente está mais contido, inseguro e sua procura por crédito está muito menor do que anteriormente. Dessa maneira, o setor se encontra em uma situação de procurar por oportunidades para conseguir manter os bons resultados e ainda fazer com que o público se mantenha próximo. Para isso, Fernanda ressalta que o foco deve continuar em investir nas tecnologias e presença nas redes sociais. “O avanço da tecnologia no setor de varejo tem proporcionado aos varejistas obter maior conhecimento sobre o perfil dos consumidores. Sendo possível apresentar novos produtos e atender as expectativas dos consumidores”, comenta.
Justamente, possuir mais informações sobre o consumidor deve ser a missão das companhias neste momento. Entender quais são suas demandas, antecipar-se às necessidades, procurar oferecer os produtos que ele deseja e manter um bom relacionamento devem ser prioridades. Para isso, nada mais justo do que aproveitar o crescimento de ferramentas, como a Internet e os dispositivos móveis. “O varejo já tem se preparado para atender o consumidor onde ele esteja, seja na loja física, virtual e até mesmo nas redes sociais”, avalia a executiva.
Para ela, estar atento às tecnologias e às chances que surgirem deve fazer parte do varejo, já que é um setor dinâmico e que exige uma interação cada vez mais rápida. “O empresário do varejo deve estar com atenção sobre o seu negócio, mas deve também estar de olho no mercado, acompanhando as tendências e com isso buscar o crescimento do seu negócio”, aconselha. “Em momento de crise, orientações se fazem muito oportunas. Afinal é preciso ter muita criatividade para sobreviver neste mercado.”