Autor: Newton Figueiredo
Pesquisa realizada pelo Sebrae, concluída em junho de 2011, aponta que 58% das pequenas e microempresas ainda desconhecem o tema sustentabilidade e das práticas sustentáveis listadas estão preocupações com redução de consumo de nergia (80%), água (79%), papel (68%), coleta seletiva de lixo (67%), uso adequado de resíduos tóxicos (61%), uso de matéria prima ou material reciclado (45%), reciclagem de pilhas, baterias e pneus usados (42%) e captação de água de chuva ou reuso de água (15%). Além disso, 40% dos empresários não veem a sustentabilidade como oportunidades de ganho para empresa e 13% acreditam que representa custos.
Analisando este cenário, percebemos que as práticas ambientais confundem-se com a sustentabilidade empresarial. As empresas ainda não estão envolvidas em sua totalidade porque associam sustentabilidade a apenas questões ambientais e perdem oportunidades de geração de novos negócios e produtos.
Por outro lado, percebemos que as grandes corporações já compreenderam que a sustentabilidade empresarial traz rentabilidade desde que incorporado a seu negócio e produtos. Como exemplos, a empresa que ao desenvolver produtos mais eficientes aumentou suas vendas ou outra que antes jogava seus resíduos em aterros e agora os comercializa, além de outras que estão revendo seus processos, desenvolvendo produtos e serviços sustentáveis. São casos que mostram que sustentabilidade empresarial está além de ações pontuais, mas que deve ser desenvolvida com o intuito de melhorar a rentabilidade e competitividade.
Assim, as pequenas e microempresas têm potencial para inovação e de diferenciação competitiva ao compreenderem a sustentabilidade empresarial.
Aqui reunimos algumas dicas para que as empresas possam começar a desenvolver a sustentabilidade empresarial:
1. O primeiro passo é o empresário estar convencido de este é o caminho e se cercar de pessoas que serão capazes de transformar a cultura empresarial na direção de rentabilidade e perenidade sustentáveis no curto, médio e longo prazos.
2. Realizar diagnóstico da situação abrangendo os públicos de interesse, a própria empresa e o mercado de atuação.
3. Desenvolver um plano (Plano Estratégico de Sustentabilidade – PES) que seja capaz de entregar, de forma permanente, “Valor Líquido” para cada um dos seus públicos de interesse estratégicos. Esse conceito de “Valor Líquido”, desenvolvido pelo Grupo SustentaX, significa a percepção de valor pelo público específico menos o risco que ele avalia ter em uma determinada ação ou não. Estabelecido o PES é pensada a organização que irá implementá-lo. Não existe fórmula padrão. Cada empresa tem sua cultura e necessidades diferentes.
4. Atenção! É preciso fazer primeiro para depois comunicar. Muitas empresas estão fazendo o contrário e geram a percepção de falsidade ideológica ou propaganda enganosa.
5. Monitorar constantemente para saber se os públicos estão recebendo corretamente a mensagem e para ajustes.
6. E, por último, cuidado com os atalhos! Ações ditas sustentáveis sem uma coordenação, que gere uma resultante em benefício da empresa, são esforços desperdiçados e que fazem a direção enxergar a sustentabilidade empresarial como custo e não como investimento em seu benefício.
Newton Figueiredo é fundador e presidente do Grupo SustentaX