Talvez ainda não tenhamos uma vida futurista igual aos Jetsons, mas não podemos negar que a cada dia as tecnologias ficam mais desenvolvidas e caminhamos rumo a uma vida conectada e virtual, onde o online e offline se encontram ainda mais unidos, em uma realidade única. Um bom exemplo é o avanço das tecnologias de realidade virtual e aumentada, que provam como essa questão do digital pode e vai fazer parte do dia a dia das pessoas no seu ambiente real.
Por mais que essas realidades não sejam mais uma novidade, seu uso deu um grande salto depois do lançamento do jogo mobile Pokémon Go. Até então, sabia-se de sua existência, de seus benefícios, porém há o entrave ainda da necessidade de fazer com que a pessoa instale um aplicativo ou que possua um dispositivo para conseguir ver os efeitos, como os óculos VR. Fatores que acabam se tornando um entrave para a aceitação do público. Ainda que esses obstáculos não tenham mudado, o game mostrou às empresas que essa tecnologia é sim possível, principalmente, quando se trata de conquistar clientes, vide o sucesso mundial que a Nintendo alcançou.
Segundo Letícia Galvão Bueno, sócia-diretora da The Aubergine Panda, o jogo trouxe aprendizados e insights, como a recepção positiva das pessoas com a tecnologia. “Isso indica a oportunidade para o desenvolvimento de ativações e iniciativas mais ousadas que proponham outros tipos de interações entre o real e virtual”, comenta. Uma estratégia que trouxe resultados não apenas para que investiu na tecnologia, como também para quem quis estar presente no game. “Além de atrair novos clientes para estabelecimentos comerciais com base na proximidade a ginásios e PokéStops, o recurso de geolocalização pode ser utilizado em conjunto com outros apps, oferecendo vantagens, além do entretenimento. A identificação de Pokéstops com elementos urbanos, permite ampliar o conhecimento e mudar a forma de interação com a cidade”, adiciona ela.
Ou seja, é a valorizar a oportunidade de oferecer às pessoas outras experiências, que permitam uma interação mais viva e também lhes proporcione a oportunidade de sair de casa, exercitar-se, olhar sua comunidade de outra maneira. “Mais importante do que a tecnologia é a história que será contada por meio desse formato”, diz a executiva. De acordo com ela, é preciso antes de implementar a ideia, pensar se a tecnologia trará realmente essa experiência ao público. “Tanto a realidade virtual quanto a realidade aumentada, cada uma com as suas peculiaridades, podem criar simulações e ambientações, que surpreendem, encantam e ainda provocam o público”.
Em 2012, Letícia conta que a The Aubergine Panda criou uma ação para divulgar o sorvete Yogo, da Unilever, e foi usada a tecnologia de realidade aumentada ligada à degustação do produto. Assim, em alguns shoppings do País, os consumidores recebiam o copo de sorvete e ao apontar a câmera n o logo da Kibon, uma animaçã surgia e o momento era registrado. “Foram mais de 9 mil imagens compartilhadas, que possibilitaram uma reverberação ainda maior sobre o produto nas redes sociais”, detalha. E analisando essa experiência, ela acredita que por mais ainda existam os entraves de dispositivos e também de conexão no País, os desenvolvimento estão acontecendo. “Os próximos smartphones já permitirão esse tipo de interação de forma mais simples e natural, a partir do próprio browser”, pontua.