Autor: Carlos Dranger
Quando avaliamos a forma e a utilização das marcas pelas empresas, independente do segmento ou do porte, podemos notar uma verdadeira proliferação no uso indevido da imagem pelas companhias. No entanto, a marca deve ser vista como expressão de valor e, desta forma, antes de aplicá-la desordenadamente, é preciso avaliar onde, quando e porque devemos expor o principal símbolo da companhia.
Na maioria dos casos, o que vemos é o uso da marca como expressão de posse, ou seja, como um registro de propriedade. As companhias aplicam a marca para reforçar que aquele material, ou equipamento, pertence a ela. Porém, o objetivo da exposição não deve ser demarcar território, mas sim contribuir para a valorização da marca e da empresa. Quando utilizada indiscriminadamente, a exposição, ao invés de criar valor, gera um resultado contrário e conduz à sua banalização.
De modo geral, há alguns conceitos que devem ser claros para uma boa gestão de marca. O primeiro, e o mais importante, é não utilizar a marca como carimbo. Não podemos automatizar o uso da marca, aplicando-a em tudo que vemos pela frente. É necessário sempre questionar a razão pela qual a marca deve ser aplicada nos materiais. Casos de materiais degradáveis ou sujeitos à depreciação, por exemplo, capachos, lixeiras, guardanapos, etc. Nós queremos ver nossa marca pisada, suja, deteriorada? Quando a aplicação for por uma questão fiscal ou jurídica, o recomendável é utilizar apenas a razão social.
Assim, podemos citar alguns locais onde não devemos incluir a marca: placas de trânsito ou de segurança, sinalização de serviços, paredes de instalações industriais, caixas d´água, chaminés, etiquetas de patrimônio (como as incluídas em computadores e mobiliário, por exemplo), equipamentos diversos genéricos, que não tem relacão com a atividade da empresa, etc.
Considerando o objetivo de sempre agregar valor, a marca deve ser utilizada em locais que demonstre esta valorização. De modo geral, ela deve estar no nosso peito e na nossa mente, assim, a aplicação em uniformes e capacetes é recomendada. Também devemos expor a nossa marca para aqueles que chegam à companhia, o que significa sempre incluí-la nas portarias, recepções, identificação de prédios, setores ou áreas específicas. Se há a necessidade de dialogar com consumidores ou clientes, as mensagens também devem ser assinadas com a marca para reforçar a credibilidade necessária.
Marca não é registro de propriedade. Marca é expressão de valor.
Carlos Dranger é diretor da Cauduro Associados