As novas tecnologias, o avanço dos dispositivos móveis e o crescimento da vida conectada não apenas mudaram o comportamento do consumidor e facilitaram as estratégias de muitas empresas. Esses fatores também criaram um ambiente próspero para o desenvolvimento da economia compartilhada. Segundo Sérgio Luiz Messias da Silva, diretor de inteligência de mercado da dunnhumby, ela “nasce do desejo de se conectar e fazer parte de algo maior”, necessidades inerentes do ser humano. Além da tecnologia mobile, ele ainda aponta outros elementos que favorecem seu florescimento, como: aplicativos, que estão cada vez mais eficientes; vida cotidiana mais corrida, deixando um menor tempo para lidar com conexões entre outras pessoas e comunidade; e ambiente de recessão, que faz com que consumidores busquem alternativas mais inteligentes para atender suas necessidades.
Contudo, ainda há um fator primordial. Hoje, o cliente assume um papel ainda mais poderoso, ele é o protagonista do consumo como jamais visto até então. “Ele quer produtos e serviços desenvolvidos com ele e para ele. E não mais para ser apenas um receptor de mensagens, valores, etc”, comenta o executivo. Com toda essa força, o boca a boca conquistou uma importância maior também. Sendo assim, a recomendação de pessoas se tornou, nos dias de hoje, uma das principais ferramentas para do público para decidir uma compra ou não. “E esses são canais que marcas não estão acostumadas a operar”, explica ele. Porém, as empresas de economia compartilhada têm conseguido conquistar um grande espaço, justamente, por conta dessa divulgação entre as pessoas.
Independente de qualquer fator que tenha ajudado no crescimento dessa economia, os negócios que fazem parte dela possuem uma postura diferente de outras organizações do mercado geral. Eles sabem que precisam se conectar com seus clientes para terem sucesso e visam possuir um público bastante engajado, a fim de terem uma base leal. Por conta disso, criam serviços que atendam a demanda, que vai além da compra em si, mas que transmita muito mais os valores e atitudes que as pessoas buscam. “Plataformas como Uber e AirBnB são bilionárias e já criam seu próprio ecossistema de negócios, que gravitam ao seu redor”, avalia Messias. “Quão mais conectado for o consumidor, mais relevante a economia social é para ele. Quem usa internet, possui smartphone e usa redes sociais está mais exposto e portanto também mais envolvido neste movimento”.
Por conta disso, a impressão que fica é que essas empresas possuem uma conexão até mais sincera e honesta com os consumidores. Criadas já com a noção de que o público são os atores principais para o seu melhor resultado e crescimento. “Construção de comunidades engajadas de clientes leais é algo fundamental neste contexto. Consumidor quer fazer parte e a empresa precisa ter meios para permitir isso”, aconselha o profissional. Ou seja, mais do que fidelização em sim, é preciso buscar a lealdade de fato, para que relacionamentos relevantes sejam realmente mantidos. “Reconhecer o consumidor como protagonista de seu consumo e empoderá-lo, envolvendo-o em todo o processo, é fundamental para ter sucesso em um empreendimento social.”