Para a Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos) é equivocada a afirmação do Ministério da Fazenda de que há protecionismo nas medidas antidumping adotadas pelo Brasil, que estariam protegendo a indústria nacional em detrimento da livre concorrência e do consumidor. “Trata-se, mais uma vez, de uma tentativa do governo de adotar medidas não coerentes com a realidade do cenário econômico nacional”, observa Paulo Saab, presidente da Eletros.
Para Paulo, o Ministério continua dissociado da realidade do mercado interno. “O que mais se escuta nos fóruns empresariais é a reclamação pela falta de aplicação mais ampla de medidas de defesa comercial para combater práticas desleais e subsídios contidos nos preços de produtos importados, em especial da Ásia”, argumenta.
Na opinião da entidade, a cláusula de interesse nacional, prevista na legislação brasileira, não pode servir como alegação isolada de proteção da economia local e do consumidor. Isso porque a aplicação de penalidades tem procurado evitar o desaparecimento integral de vários setores de fabricação nacional e buscado preservar os empregos brasileiros, a sobrevivência do capital nacional e ainda a efetiva aplicação das regras da OMC (Organização Mundial do Comércio ).
“É desencorajador para a indústria constatar que o governo continua na contramão do interesse empresarial brasileiro”, lamenta o presidente da entidade. O curioso, segundo Paulo, é constatar que seus representantes em nenhum momento emitem opiniões, por exemplo, contra a arbitrariedade da Argentina de impor restrições comerciais à exportação de produtos brasileiros.