A imensa quantidade de dados – estruturados e não-estruturados – sendo gerados ao redor do mundo, através das mais distintas fontes, transformou os ambientes competitivos. Há uma perceptível mudança na mentalidade das empresas em relação ao uso, coleta e análise desses dados. Ficando evidente à medida que essas empresas têm demandado projetos de Big Data, principalmente com o intuito de otimizar a experiência de seus clientes. A prova está no seguinte dado: unindo os mercados do Brasil, México e Colômbia foi gerada uma receita de US$ 538,3 milhões em 2015 com esses investimentos. A estimativa é que essas receitas alcancem 1.956,5 milhões de dólares em 2020, a uma taxa composta de crescimento anual (CAGR, na sigla em inglês) de 29,4%.
Os números acima fazem parte do estudo da Frost & Sullivan, Analysis of Big Data and Analytics Market in Latin America. Tanto a conversão de dados não-estruturados, como tweets e postagens nas redes sociais, como de dados estruturados em informação relevante para as áreas de negócio se tornou um ponto crítico para o processo de tomada de decisão. Sem um conteúdo de alta qualidade, ficará cada vez mais difícil as empresas conseguirem uma visão única dos consumidores, do seu comportamento e, consequentemente, mapear todos os pontos de interação entre eles e a organização.
“Os valiosos insights gerados pelas ferramentas analíticas dão às empresas uma vantagem competitiva significante e, por consequência, trazem ótimos resultados para o negócio”, ponta o consultor de transformação digital da Frost & Sullivan, Leandro Scalize. “O Big Data é consideravelmente bem aceito pela vertical financeira, principalmente para a gestão de risco, análise de crédito e detecção de fraudes”. Aos poucos, os negócios têm se habituado ao termo Big Data e sua importância na boa gestão da companhia. Contudo, ainda são poucas as que estão se beneficiando das oportunidades geradas.
Uma das principais razões para isso é o fato da maioria das organizações não possuírem muita experiência em analisar dados para auxiliar nas decisões estratégicas. Além disso, elas tendem a investir em projetos de Big Data destinados a resolverem um problema específico do negócio. Porém não incorporam a análise de dados como parte de uma estratégia mais ampla e difundida internamente. É necessário, então, que os provedores de TI foquem na apresentação de casos de sucesso que demonstrem claramente as vantagens de Big Data e Analytics para os seus consumidores em potencial.
Da mesma forma que as empresas precisam estar cientes que Big Data e Analytics as ajudará a identificar quem são seus consumidores e quais são seus hábitos de compra. Permitindo segmentá-los conforme seus perfis e estabelecer as melhores formas de interagir com eles, customizando as ofertas de acordo com suas preferências. Uma vez que a Internet das Coisas se torne mais difundida, conectando realmente todas as coisas e pessoas, as empresas terão também que investir em ferramentas de análise de dados para tirar proveito das informações provenientes dessas novas fontes de dados. Ou encontrar os parceiros certos para direcionar como se beneficiarão dos dados gerados por uma infinidade de dispositivos conectados.
A experiência do cliente é uma das principais áreas de foco da aplicação de Big Data. Verticais da indústria como o comércio eletrônico e o varejo tradicional têm como objetivo o entendimento do comportamento de compra dos seus clientes. Já as empresas de telecomunicações têm uma maior preocupação em reduzir o churn de clientes. De modo a facilitar essas análises, essas verticais já vêm incorporando os dados transacionais e cadastrais às ferramentas de CRM.
“Inovações tecnológicas relacionadas a itens complexos como algoritmos continuarão existindo, porém com a expansão dos casos de uso, cada vez mais serão transformadas com interfaces amigáveis aos usuários finais”, ressaltou Scalize. “Muito em breve, o Big Data será integrado às bases de dados históricos, e então poderá percorrer seu longo caminho para alterar definitivamente o processo de tomada de decisão.”