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Na relação entre marca e cliente, não há dúvidas de que o marketing de relacionamento se tornou essencial. Afinal, por esse viés é possível ficar mais próximo ao consumidor, além de auxiliar a empresa a conhecer melhor as pessoas, como salienta Bernardo Kirschner, diretor de planejamento da agência VML. “O brasileiro tem essa característica de compartilhar quase tudo nas redes. Com programas específicos e sempre com um olhar estratégico, podemos tirar muitos insights que podem ajudar a criar diferenciação para a marca, mantê-la sempre atualizada e até se antecedendo aos desejos de compra das pessoas. E tudo isso aumenta fidelidade, o que é o maior objetivo de qualquer campanha de relacionamento.”
Nesse cenário, o desafio das empresas é entender que existe liberdade e que a democracia deve prevalecer. Com isso, a instituição precisa ter a consciência de que não adianta a marca querer a visibilidade das redes sociais sem estar pronta para ser mais transparente e verdadeira com as pessoas. “A janela de vidro existe e deve ser respeitada. Assim, não vale conversar somente quando o papo está bom. O grande desafio de uma marca hoje é ter a humildade de dialogar como um simples mortal – com virtudes e defeitos. Não existe ‘marca herói’, nem perfeita”, afirma Kirschner. Assim, falsidade é algo fora de cogitação quando a companhia decide entrar nas mídias sociais. O cliente é voraz e qualquer deslize de uma marca pode abalar os pilares da empresa. “Um movimento de acobertar ou coibir as pessoas em uma conversa pode ser muito negativo e o efeito que isso causa pode, sim, se tornar um grande problema para a marca. Outra coisa que vemos muito e que acaba com a reputação de uma companhia é começar uma conversa ou mesmo uma plataforma de relacionamento e não dar andamento para ela. Se começou, não pare a conversa no meio”, destaca Bernardo.
Apesar da grande importância das redes sociais nesse relacionamento, não pode se esquecer dos outros canais. Na opinião de Kirschner, deve haver uma sinergia entre todos eles. “Praticamente todos os programas que temos hoje seguem os mesmos princípios básicos que são os fundamentos do marketing de relacionamento: conhecer, conversar, valorizar. O ambiente de redes sociais é importante para melhorar esse processo, mas não pode ser desmantelado em troca de apenas usar essas redes.”

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Em tempo real

O tempo é uma das mais intrigantes dimensões de nossas vidas. Pode ser medido, pode ser sentido, sabemos que existe e não podemos tocá-lo. Reflexões à parte, segundo as leis da física, quanto mais rápida a atividade, menor o tempo gasto por ela. Há alguns anos usamos uma expressão curiosa em Tecnologia da Informação (TI) chamada “Real Time”, normalmente traduzida como Tempo Real. Seu significado? Algo como: o processamento que acontece quase simultaneamente ao fato.
Em TI, o “Real Time” acabou sendo mais observado como a capacidade de realizar transações ao mesmo tempo em que ocorre a entrada de dados. Pode parecer banal hoje, mas processar dados em grande velocidade era muito caro.
Como, em geral, os dados são gerados fora dos computadores, o mecanismo de injetá-los também teve de evoluir. Leia-se: os meios de comunicação de dados e as interfaces de conexão com os sistemas de armazenamento. Para não deixar nada de fora, em muitos casos o “Real Time” também é usado pela indústria. Exemplo: uma linha de produção robotizada opera em “Real Time” e utiliza tecnologias e protocolos de comunicação diferenciados.
Transações eletrônicas e, mais recentemente, registros de dados com grandes volumes de informações, como imagens, são exemplos nítidos do uso do conceito de Tempo Real na área comercial.
Nos últimos anos, saltamos do MHz (Megahertz) para GHz (Gigahertz), bem como das taxas de transmissão de dados do Kbps (Kilobits) para Gbps (Gigabits). Para os mais jovens, há vinte anos, a freqüência de clock de um PC era 4,7MHz. Em certo momento veio o Turbo – você apertava um botão no painel chamado “Turbo” e, dependendo do modelo do micro, o clock saltava para 8 MHz ou 10MHz. Passado à parte, uma conta rápida: mil vezes mais veloz significa um tempo mil vezes menor! Não seria conservador demais supor que nada tenha mudado? Continuaria o “Real Time” a ter o mesmo significado de vinte anos atrás?
Os grandes avanços tecnológicos advêm de disputas, nas quais a busca pela superação de limites e a possibilidade de poder fazer melhor tornam-se vantagens competitivas. Processar imagens em tempo real, tão logo capturadas, pode ser, por exemplo, um diferencial comercial. Assim como validar o crédito de um cliente no momento da compra ou mesmo fazer o reconhecimento facial em tempo tão curto que nem se percebe.
Esse conceito de “Real Time”, porém, ainda tem um pé no passado, apesar da sua modernidade, porque não considera as novas variáveis que tomaram lugar. Processar dados rapidamente já não é um grande diferencial, até porque este desafio vem sendo vencido ano a ano segundo a famosa Lei de Moore. Então, onde está hoje o diferencial competitivo do Tempo Real? O que é possível ser feito com o processamento que crie esse diferencial?
“Real Time” não é apenas processar, em alta velocidade, dados definidos e conhecidos. Esta é uma simplificação da realidade, para uma época em que este desafio era quase inatingível. No cotidiano os fatos acontecem e não são previamente conhecidos. Não é possível prever nada. Quantas transações serão feitas na próxima hora? Quantas pessoas vão querer comprar pela internet, movimentar suas contas bancárias no próximo minuto? Como os clientes vão reagir a uma campanha de marketing? Transações vêm de origem desconhecida, em quantidade imprevisível e em formas distintas. Vencemos uma das barreiras (será?), a de processar muito rapidamente. Entretanto, interagir em tempo real exige muito mais.
Vale lembrar mais um conceito relativo a tempo. Se você, ao processar uma transação, transfere ao cliente a lentidão de sua infra-estrutura, ela pode ser considerada “Real Time”? O cliente do seu negócio estará satisfeito?
Sim, alguma coisa está mudando – e rapidamente: o ponto de observação. “Real Time” não é algo que tenha a ver com o computador, mas a capacidade de, no âmbito das relações comerciais (e do negócio), permitir processar continuamente nas variadas condições do mercado, exatamente enquanto os fatos ocorrem.
Quantas vezes ouvimos ou lemos uma pesquisa recente de algum analista dizendo que o maior desafio do CIO é alinhar TI com negócios? Temos de aceitar que a ótica mudou. O “negócio” é o centro. Nossa civilização opera em tempo real. Portanto, prepare-se para conviver com empresas de tempo real. Esta é a vantagem competitiva que buscarão os empresários.
Abra a sua mente e se desconecte dos antigos conceitos de TI. Processar informações é apenas uma tarefa necessária para que o negócio gerador de receita aconteça. Não pense mais no Tempo Real obtido pelos GHz de seus servidores. Eles nunca serão suficientes nos momentos críticos e serão excedentes em outros. Há de ser possível balancear e ajustar a capacidade de processar enquanto o mundo “Real” acontece. Lembre-se: Tempo Real é aquele que está verdadeiramente relacionado à dinâmica do negócio, efetivamente gera lucros e paga as contas, inclusive da TI.
André Vilela é diretor de soluções corporativas da Unisys América Latina. ([email protected])

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