Cada novidade no mercado é uma oportunidade das empresas se aproximarem dos clientes. E, atualmente, chovem ações que envolvem cada vez mais o mobile. Dados do Ibope apontam que 52 milhões de pessoas acessam internet no celular, sendo 20 milhões de smartphones. Com essa febre de mobilidade, os aplicativos de celular dão às marcas a chance de se aproximar mais do cliente. “Antigamente, estar conectado e utilizando a internet móvel era um luxo, hoje é uma necessidade. As pessoas estão cada vez mais acessando a internet via wifi, as operadoras incentivando o acesso com planos para clientes pré-pagos, acesso às redes sociais sem custo etc. O app é a forma que a empresa tem de estar presente 24 horas com o seu consumidor”, afirma Cristiano Kanashiro, CEO e founder da Kanamobi.
Acompanhando essa tendência, as instituições financeiras também investiram em apps. Segundo Ricardo Guerra, diretor de canais de atendimento do Itaú Unibanco, o número de transações bancárias pelo celular no Brasil cresceu 788% nos últimos anos. Pensando nisso eles criaram o mobile banking para facilitar as operações. “O cliente vem mudando, ele aproveita cada vez mais a conveniência do celular para checar o saldo com mais frequência, por exemplo, o que implica na criação de uma experiência digital que seja não somente fácil, mas também prazerosa. Ou seja, abrindo espaço para simulações, gestão financeira e outras ´interações ricas´ no canal. Por si só, o celular é uma poderosa ferramenta de fidelização”, afirma.
Além de auxiliar nos serviços bancários, um aplicativo pode ter vários formatos, como uma brincadeira, um jogo, um serviço que auxilie na vida do consumidor, ou até integração com e-commerce. A Bayer, por exemplo, investiu no GlicoCare, app criado para auxiliar pacientes no controle de diabetes. O objetivo da empresa é informar as pessoas sobre a doença e, ainda, oferecer suporte para o controle de glicemia. “Somos de fato preocupados com a saúde e bem-estar de nossos pacientes, por isso, soluções como o GlicoCare vão de encontro ao nosso maior ganho, que é nossa missão de usar a ciência para uma vida melhor”, declara Patrícia Gaillard, gerente de marketing da Bayer.
Mas, não basta que a empresa invista em desenvolvimento de apps e tenha milhões de download. O desafio, segundo Kanashiro, é engajar o consumidor nessa plataforma, fazer com que ele seja um usuário frequente do aplicativo. “Vejo muitas empresas comemorarem e mensurarem o sucesso de seus aplicativos pelo download realizado, mas isso não significa que o seu cliente está utilizando. Sabemos que mais de 80% dos aplicativos baixados são esquecidos pelos usuários”, explica. Para ter destaque entre o gosto dos consumidores, é preciso que as empresas tenham estratégias bem traçadas para que não seja apenas mais um aplicativo em meio a tantos, segundo explica Vitor Elman, sócio e diretor de engajamento da agência Cappuccino. “Sem um plano de mídia para gerar visibilidade, um aplicativo cai no meio de milhões de outros e acaba sumindo. Além disso, deve ser integrado com todos os pontos de contato da marca. É preciso que toda a comunicação esteja em sinergia”, declara.
E OS DADOS DO USUÁRIO?
De acordo Elman, os aplicativos servem como estratégia para futuras ações de marketing, com informações como horários em que o cliente utiliza os app, além de diversos insights que dependem de como a ferramenta foi pensada. “Para isso, é preciso um planejamento anterior para definir quais seus objetivos com o aplicativo. Se o usuário tiver integração com uma rede social como o Facebook, por exemplo, você pode pedir ao usuário que compartilhe suas informações da rede, fornecendo assim informações como região em que mora, interesses e até acesso a sua rede de amigos”, explica. O diretor da Cappuccino acrescenta que é preciso definir processos de como toda essa informação será avaliada além de métricas de sucesso para ação, de acordo com seus objetivos.
O FUTURO DOS APLICATIVOS
Segundo pesquisa da Appnation, a economia de aplicativos móveis vai dobrar de US$ 72 bilhões em 2013 para US$ 151 bilhões em 2017. “Em 2015 o acesso a internet no celular deve ultrapassar o acesso tradicional. Atualmente temos uma oferta de smartphones em diferentes faixas de preço, é possível comprar smartphones por R$ 399,00, a desoneração fiscal aplicada aos smartphones e muitas outras variáveis. Somando tudo isso, as empresas estão de olho e querem estar dentro da telinha”, afirma Kanashiro.
Além disso, segundo o diretor do Itaú Unibanco, a estimativa é que o smartphone seja um dos principais canais de relacionamento do cliente com o banco. “Com maior poder de processamento, telas de +4″ e a melhoria da rede de dados no Brasil, veremos uma explosão de novos serviços que trarão ainda mais conveniência e também uma interação rica com simulações utilizando infográficos e a contratação de produtos, considerados hoje complexos para o canal, acontecendo com facilidade”, conclui.
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