Quais são os entraves que dificultam que o e-commerce brasileiro cresça? Essa foi a questão que norteou a conferência “A visão dos empreendedores e investidores”, no evento E-merging Markets, que ocorreu nos dias 29 e 30 de novembro. Um fator destacado foi a necessidade de uma reforma tributária. “Principalmente os impostos de trabalho são muito grandes, o custo do empregado brasileiro é bem alto”, diz Alec Oxenford, fundador e CEO da Olx. O executivo também aponta a importância de se investir em tecnologia, para melhorar o acesso a internet. “O Brasil tem aproximadamente 75 milhões de usuários de internet, no mundo são 1800 milhões de usuários, ou seja, nosso número ainda é muito pequeno”, indica Oxenford.
E como incentivar novas iniciativas de e-commerce? De acordo com Oxenford, a maioria dos projetos importantes de internet no Brasil receberam capital de instituições estrangeiras. Para que ocorram mais starups, o mercado brasileiro tecnológico e de capital tem que ter mais incentivos. Além disso, o executivo acredita que os empreendedores do Brasil têm que parar de pensar apenas em investir apenas no país natal, passando a agir globalmente. “Não é muito mais difícil saber satisfazer as necessidades do usuário em Belo Horizonte, Lima ou China. O mercado é totalmente globalizado por conta da internet”, explana.
Eric Acher, co-fundador & managing partner da Monashees Capital, discorda. “Espero que a gente veja várias empresas globais brasileiras, mas estamos longe disso”, relata. De acordo com ele, cada país tem uma cultura e uma visão de mundo muito diferente dos outros e internacionalizar exige um trabalho maior, que pode dificultar o desenvolvimento de quem ainda está entrando para a área das vendas on-line. “Tentando expandir muito cedo, pode-se criar uma distração demasiadamente grande em um momento em que a empresa tem que ter foco em conseguir atração no Brasil. A gente tem um mercado grande que permite começar construindo uma trajetória aqui”, explica.