A Internet das Coisas (IoT) é a grande tendência e aposta tecnológica no mundo atual. Ela consiste em sensoriar e conectar objetos que antes eram inanimados, garantindo a obtenção de milhares de dados e a automatização de processos. Para o vice-presidente da Telit para a América Latina, Ricardo Buranello, hoje o Brasil conta com mais de 11 milhões de dispositivos conectados apenas via rede celular. “Não estamos falando de um futuro longínquo, mas de um cenário atual e que tende a crescer ainda mais. Prova disso são os dados publicados por analistas do setor com a previsão de termos 50 bilhões de dispositivos conectados em 2020”, diz. E como empreender neste setor em crescimento?
Confira as três orientações do executivo para explorar o mercado IoT com projetos inovadores:
Entenda onde seu produto de fato gera valor
Um erro comum que há no mercado é o desenvolvimento de um produto sem uma visão clara da geração de valor deste. Quando falamos em IoT, podemos ter tanto produtos que atendem a necessidade de pessoas físicas (como um dispositivo que monitora sua casa, seu carro, seu cachorro, as aplicações são infinitas) ou que atendem soluções profissionais (o que o mercado chama de industrial IoT). Independente de onde esteja posicionando a empresa, tenha claro onde o produto gera valor. É comum empresário ficarem tão empolgados com os desafios tecnológicos, que eles não conseguem visualizar de forma clara o real valor que ele está gerando para os clientes.
No final do dia, por mais empolgante que seja o produto, ele tem que gerar valor para o usuário final. “Um exemplo interessante é de um cliente nosso que desenvolveu uma solução para conectar lixeiras públicas. As lixeiras passaram a avisar a empresa de limpeza quando elas estavam cheias e precisavam ser limpas. Assim, o caminhão faz uma rota inteligente, parando apenas nos locais necessários, reduzindo drasticamente a quantidade de caminhões necessários para a manutenção da limpeza pública”, conta o executivo.
Time-to-market é tudo
Para ser bem sucedido é preciso ter o produto certo na hora certa. A tecnologia tem evoluído rapidamente e as empresas precisam entregar soluções em tempo hábil. Por sorte, os módulos de comunicação e microprocessadores evoluíram a ponto de encurtar sensivelmente o tempo de desenvolvimento de hardware. Na ótica da aplicação, soluções em nuvem garantem que os clientes desenvolvam seu software também de forma acelerada. As empresas percebem cada vez mais que o ideal é focarem naquilo que importa ao cliente final. “A plataforma que garante a interconexão de hardware, APP e ERP é extremamente complexa, mas pode ser terceirizada reduzindo o tempo de desenvolvimento e o risco”, afirma o VP.
Não basta ter um ótimo produto
Essa é uma parte sensível no nosso mercado. “Em mais de 10 anos suportando centenas de clientes no Brasil e na América Latina, posso afirmar categoricamente, nem sempre o melhor produto é aquele que mais vende”, relata Buranello. Não basta ter um ótimo produto e não conseguir acessar o seu cliente. É preciso que o empresário tenha uma estrutura de canais coerente para o mercado que ele queira atender. O produto tem que ser ofertado no preço certo, no lugar certo, na hora que o cliente está inclinado a consumir.