Endividamento do paulistano fica estável



A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio), registrou em outubro estabilidade em relação ao número famílias endividadas no município de São Paulo, fixando-se em 53%. Em relação ao mesmo período de 2007, quando o indicador atingiu 56%, houve queda de 3 pontos percentuais. Do total de famílias endividadas, 35% estão com contas em atraso, o que representa uma alta de 5 pontos percentuais em relação ao mês anterior. Em relação ao mesmo mês de 2007, o indicador apontou queda de 3 pontos percentuais e atingiu 38%.

 

Apesar de ter registrado alta neste mês, a expansão da massa real de rendimentos e a expansão da oferta de crédito têm impedido que o aumento do endividamento das famílias se traduzisse em elevados níveis de inadimplência. Segundo a Fecomercio, a expectativa é de que o nível de endividamento dos consumidores paulistanos ainda continue em um patamar favorável em virtude do aumento da massa de rendimentos, expansão do crédito, pagamento da 1ª parcela do 13º salário e reajustes salariais.

 

De acordo com a pesquisa, entre os consumidores com rendimento de até 3 salários mínimos, 58% têm algum tipo de dívida. Na faixa de renda de 4 a 10 salários, 56% estão endividados, enquanto famílias que ganham mais de 10 salários mínimos o percentual de endividamento alcança 37%. A PEIC mostra ainda que 46% dos endividados com renda até 3 salários mínimos estão com contas em atraso, contra 30% dos que ganham de 4 a 10 salários mínimos, e 24% entre os que possuem renda acima deste patamar.

 

Entre os inadimplentes, 31% acreditam não ter condições de pagar total ou parcialmente as dívidas. Na segmentação por rendimento, observa-se que quanto menor a renda, menor é a intenção de pagamento, pois 37% dos consumidores que ganham até 3 salários mínimos informaram que não terão condições de pagar total ou parcialmente as suas contas em atraso, enquanto os que ganham entre 4 e 10 salários mínimos corresponde a 27%. Para aqueles que ganham mais de 10 salários mínimos 18% declararam a intenção do não pagamento das suas dívidas em atraso. Cerca de 36% dos consumidores tentaram renegociar as dívidas com os credores. Entre as dificuldades encontradas estão: taxa de juro elevada (51%), falta de recursos financeiros (30%), prazo de pagamento curtos (10%) e credor não admite renegociação (5%).

 

O cartão de crédito continua sendo o vilão para 45% dos consumidores. Entre os consumidores com rendimento até 3 salários mínimos, 39% têm dívidas no cartão de crédito, enquanto que na faixa de 4 a 10 salários mínimos, 49% possuem esse tipo de dívida, e entre aqueles que ganham mais de 10 salários mínimos, alcança 47%. Na análise por sexo, 49% das mulheres possuem dívidas no cartão, enquanto o porcentual masculino corresponde a 40%. Quando indagados sobre as despesas que mais afetaram as dívidas atuais, 29% dos consumidores apontaram os gastos com alimentação, enquanto para 26% estão os gastos com eletrodomésticos e eletroeletrônicos.

 

Com relação ao prazo médio de comprometimento da renda dos consumidores com dívidas, a maior incidência é verificada no período de mais de um ano (36%). O restante divide-se entre períodos de 6 meses a 1 ano (22%), até 3 meses (22%) e entre 3 e 6 meses (17%). Já em relação ao tempo de atraso de dívidas, para 35% o prazo é acima de 90 dias, enquanto que para 30% o período é de até 30 dias. Já para 20% o atraso é de 30 a 60 dias e para outros 14%, o tempo de atraso das dívidas é de 60 a 90 dias.

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