Autor: Marcos Hirai
As lojas físicas não vão acabar. Durante o último NRF Show, evento que ocorreu no mês passado em Nova Iorque, contrariando algumas previsões apocalípticas, o comércio on-line e móvel não matarão as lojas e os shopping centers. Com o advento das novas tecnologias, o consumidor conheceu novas experiências e agora as incorporou nos hábitos de compra e venda de produtos.
Eles querem pesquisar informações sobre o produto, verificar disponibilidade, querem comodidade e preços atraentes. Mas, ao mesmo tempo, sentem a necessidade de interagirem fisicamente com o produto, de terem a atenção dos vendedores e sentirem a experiência da marca. E isto, ainda nenhum ambiente virtual conseguiu atingir.
Afinal, o ser humano é, sobretudo, sensorial, social, visual, auditivo e olfativo. É claro que, em alguns segmentos, estes predicativos valem muito mais do que outros. Apesar do crescente aumento das vendas online em segmentos como cosméticos, vestuário e calçados, falando de alguns exemplos, nada substitui sentir o cheiro da flagrância, do caimento da roupa no corpo ou o conforto de um sapato nos pés.
Surge então um novo conceito unindo o físico ao digital: o phygital, a união perfeita do physical (físico, de varejo físico) com o digital. Em português, ao pé da letra, poderíamos chamar de fígital que reúne o melhor dos dois mundos, proporcionando as experiências que os clientes buscam ao procurar um produto. Portanto, não faz mais sentido existir um termo como o omnichannel.
Não há mais sentido em entender de forma separada os universos e expressões da marca nos diferentes meios. O cliente quer interagir quando e como ele quiser, não importando o canal, mas a experiência que a marca proporciona. É muito comum ele pesquisar o produto on-line e procurar a loja física para comprar.
Para se enquadrarem neste novo ambiente, os lojistas físicos precisam se adaptar a essa mudança de comportamento do consumidor e isto pode representar uma oportunidade única para os líderes de varejo reposicionar suas lojas de tijolo e argamassa. É o momento ideal para aproveitar esta nova onda e transformar seus processos atuais, incorporar novos recursos objetivando aumento das vendas, giro de estoque mais rápidos, maiores margens e uma experiência com clientes otimizada.
Marcos Hirai é sócio-diretor da BG&H Retail Real Estate
