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Estudo revela as consequências do desemprego

O encolhimento da classe média é uma das muitas revelações da pesquisa “Brasil: estagnação e crise”, uma iniciativa da Gelre, empresa especializada em Relações Humanas do Trabalho há 41 anos no Brasil, com desenvolvimento do professor Waldir Quadros, pesquisador do Cesit – Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho, da Unicamp. Pessoas com rendimento de R$ 1.000,00 e R$.2.500,00 representavam metade da população em 1981. Em 2002, este número caiu para 36%.

A empresa de RH coletou os dados num primeiro fascículo da Gelre Coletânea – Série Estudos do Trabalho, que a Gelre começa a desenvolver para oferecer aos empresários, às entidades de relações trabalhistas e até mesmo ao Governo elementos para reflexão sobre os mecanismos que gerem melhor distribuição de renda no Brasil.
A marginalização dos operários e o desemprego dos trabalhadores com maior nível de escolaridade são algumas das muitas conseqüências sociais reveladas no estudo. A pesquisa também detalha a retração da massa agrícola e o mecanismo de corrosão social que leva o País às altas taxas de desemprego. E, principalmente, aponta análises sobre as causas, possíveis desdobramentos e conseqüências, e os desafios a serem enfrentados para minimizar esta situação.

“A pré-condição fundamental é a retomada do crescimento sustentado e expressivo, tal como a economia brasileira praticou no período 1930-1980, ou seja, próximo dos 7% ao ano. Sem dinamismo econômico expressivo, tudo o mais fica irremediavelmente comprometido. Já o resgate do nosso abominável “passivo social” requer que tal crescimento seja acompanhado de vigorosas políticas sociais redistributivas”, explica Waldir.

De acordo com Jan Wiegerinck, presidente da Gelre, a empresa decidiu participar deste estudo visando mais do que informar, apontar interpretações. “Esperamos que este trabalho seja útil para as pessoas responsáveis pela tomada de decisões no Brasil para livrar o País dos horizontes sombrios e da falta de perspectivas que assolam a população”, completa.

Radiografia Regional

A análise abrange vários Estados Brasileiros. Na região Sudeste, por exemplo, Minas Gerais tem a pior performance quanto à proporção de miseráveis, que é superior à média nacional tanto em 1981 como em 2002, com elevação de 34,41% para 36,58%. Entretanto, em cinco Estados ocorre uma redução nesta proporção durante o referido período. É o que se passa no Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba.

Na região Sul, o comportamento mais favorável é o de Santa Catarina, onde o número de miseráveis é inferior à média nacional, tanto em 1981 como em 2002, e esta proporção reduz-se ao longo do período: de 19,60% para 18,70%. Na região Nordeste, observa-se um quadro geral em que a distribuição de miseráveis supera a média nacional tanto em 1981 como em 2002.A situação é mais crítica no âmbito metropolitano. Em São Paulo, embora a piora na proporção de miseráveis seja comum, a evolução deste parâmetro é mais desfavorável na Grande São Paulo, em comparação com o “interior” do Estado.

Na região Centro-Oeste, a evolução mais favorável é a de Goiás, onde a média de miseráveis em 1981 era superior à média nacional, e em 2002 caiu para um nível um pouco inferior: de 36,10% para 34,61%. No Distrito Federal, foi observada uma elevação da proporção de miseráveis entre 1981 e 2002, ainda que o nível local seja inferior à média nacional em ambos os anos: de 16,40% para 24,62%.

Foram utilizados dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) -, comparando o cenário vigente em 1981 com aquele que se observa em 2002, ano da última PNAD disponível. Na montagem deste panorama, a população foi distribuída por cinco faixas de rendimentos familiares, representativas de distintos “padrões de vida”.

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