Etiquetas eletrônicas no varejo

Autor: Wagner Bernardes
Começa a ser disseminada no varejo brasileiro uma tecnologia que irá trazer um grande avanço à comunicação de preços, promoções e outras informações dentro das lojas. Com projetos-piloto em execução em grandes redes de supermercado do País, as etiquetas eletrônicas de prateleira (expressão originada da sigla ESL, ou Electronic Shelf Label) já mostraram na prática que podem gerar muitos benefícios em termos de eficiência, economia, segurança e sustentabilidade – seja aos consumidores que precisam ir ao mercado para fazer as compras do mês, seja aos próprios varejistas.
Não por acaso, pesquisadores da Universidade de Cincinatti, nos EUA, classificaram as etiquetas eletrônicas entre os avanços mais importantes que os consumidores podem esperar nos campos da leitura eletrônica e dos papéis eletrônicos nos próximos 20 anos. Fora do Brasil, a tecnologia já está em operação em grandes redes varejistas em mais de 30 países.
Em breve, ao caminhar por supermercados e lojas de departamento, será comum visualizar tais etiquetas no cenário nacional. Elas são dispositivos digitais com tela de cristal líquido que permanecem instaladas nas gôndolas como uma etiqueta comum de papel, só que com uma enorme vantagem: exibem muito mais informações no mesmo display e são atualizadas de forma automática e instantânea.
Mais do que simplesmente atualizada, cada etiqueta confirma ao administrador, por meio de uma tecnologia de comunicação bidirecional, que registrou todas as mudanças solicitadas de preços e dados. Em caso de desatualização, bateria fraca ou furto, o sistema comunica o problema ao varejista imediatamente.
Desta forma, do ponto de vista do consumidor, as etiquetas eletrônicas evitam surpresas no caixa com a cobrança de valores diferentes, devido a mudanças nos preços que podem não ter sido claramente informadas. Além da alta confiabilidade dos dados, outras vantagens incluem informações mais completas sobre características técnicas dos produtos, promoções de última hora, receitas e acompanhamentos sugeridos para cada item, entre outros detalhes.
Dados gerenciais, extremamente úteis para os varejistas, complementam as possibilidades do dispositivo, informando sobre disponibilidade em estoque, facing, validade de produtos e margem de vendas de cada item. Cada etiqueta exibe essas informações a partir da integração com a plataforma de gestão utilizada pelo supermercadista. São mais de 30 páginas de dados por etiqueta, dentro de um sistema capaz de atualizar até 300 mil unidades por hora. Toda essa organização coloca a gestão de preços em um patamar muito avançado para os padrões hoje adotados no Brasil.
Ainda para os donos de supermercados e lojas de departamento, as etiquetas eletrônicas ajudam a acelerar a reposição de itens nas gôndolas e permite o agendamento de promoções durante o dia, ampliando a rentabilidade do estabelecimento e criando mais oportunidades para que o cliente economize nas compras.
A economia, aliás, é um dos grandes benefícios da solução. Hoje em dia, o mais usual é que um funcionário rotule os produtos nas prateleiras, tanto para identificá-los como para atualizar os preços. A partir de um controle centralizado baseado em raios infravermelhos (IR) de alta frequência, a etiqueta eletrônica permite que qualquer mudança nas informações dos produtos seja feita de forma 100% automática em questão de segundos, sem que um empregado precise se deslocar até a gôndola e – o mais importante – sem o uso das etiquetas convencionais, reduzindo custos com papel e impressão. Este é um dos motivos que fazem a tecnologia ser apontada como referência em inovação e sustentabilidade.
Wagner Bernardes é diretor de marketing e vendas da Seal Tecnologia 

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