O e-commerce possui algumas vantagens sobre o varejo físico que o faz ter melhores resultados, mesmo nessa fase de crise que o País se encontra. Segundo Gerson Rolim, consultor do comitê de varejo online e diretor de comunicação e marketing da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Camara-e.net), o comércio eletrônico tem a tradição de se manter em crescimento mesmo em condições complicadas. “Isso porque ele oferece ao consumidor ferramentas de busca e comparação de preços em centenas de loja, ao mesmo tempo, indicando o menor preço para produto desejado e proporcionando economia.” Sem contar a questão da comodidade, praticidade, etc.
Até por isso, a Black Friday é mais do que uma oportunidade de conseguir aumentar as vendas, por meio de grandes promoções. Pois, segundo a Câmara, é estimado que a data tenha um desempenho 34% maior do que no ano passado, com o faturamento ficando na casa dos R$ 2,1 bilhões. “O brasileiro quer economizar, mas não quer abrir mão de oportunidades como essa para fazer a compra do Natal ou comprar aquele item desejado para o qual ele se planejou o ano todo”, comenta o executivo.
No entanto, a crise não é o único fator responsável por fazer com que o evento cresça. Na verdade, o grande aliado da data são as próprias empresas participantes, que amadureceram a forma de se comportarem, não criando mais campanhas falsas, melhorando o desempenho dos sites e respeito aos prazos de entrega. “Demorou para o comércio brasileiro entender que essa é uma promoção de descontos reais”, diz Rolim. “A camara-e.net teve um grande papel na credibilidade conquistada pela data ao criar o programa Black Friday Legal, cujo selo identificava as lojas que se comprometiam a não maquiar preços.”
E para ser uma loja comprometida em satisfazer o consumidor e oferecê-lo uma boa experiência, o executivo ressalta que o negócio deve se preocupar com o planejamento de estoque, de equipe, infraestrutura do site, meios de pagamento, de logística e pós-venda. Em seguida, é preciso pensar sempre o cumprimento dos prazos de entrega. “O lojista tem que dar prazos de entrega que ele possa cumprir de fato para não frustrar a expectativa de seu cliente. Dessa forma, ele pode conquistar esse cliente para outros momentos do ano que não apenas a Black Friday.”
Aliás, para quem quiser manter o público fidelizado para depois do evento, o essencial será saber analisar dados daqueles consumidores que comprarem no dia. Conhecer seus hábitos de consumo, por exemplo, para criar ações personalizadas e atrai-lo em outras épocas do ano. “Existe tecnologia para isso, e o lojista virtual tem que encarar a Black Friday não apenas como uma oportunidade para desovar seu estoque, mas para aumentar a sua clientela”, explica Rolim.
Em se tratando de tecnologia, ele ainda alerta: para a edição deste ano, o mobile terá um papel diferenciado. “A maioria absoluta dos e-consumidores fará suas pesquisas online e compras em lojas virtuais por meio de seus smartphones”, conta. Sem contar que, por conta da queda do dólar, a venda de eletrônicos tem tudo para ser maior do que 2015.