O Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (INEC), referente ao primeiro trimestre deste ano indica uma acomodação em relação a dezembro de 2006. O indicador caiu de 111,9 pontos no último trimestre do ano passado para 105,9 pontos nos primeiros três meses de 2007, uma diferença de 5,4%. O INEC é elaborado trimestralmente pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) a partir da pesquisa de opinião pública de abrangência nacional conduzida pelo Ibope.
Segundo a CNI, parte da queda do INEC de março pode ser explicada por um comportamento sazonal. É comum o recuo entre março de cada ano na comparação com dezembro do ano anterior, pois o índice de dezembro é influenciado pelo otimismo com o ano vindouro. Ressalte-se, contudo, que, mesmo com essa influência sazonal, não houve queda entre dezembro de 2005 e março de 2006.
Com esse resultado, o índice voltou a patamar semelhante ao do mesmo período do ano passado (104,9 pontos). Os números divulgados mostram uma clara reavaliação de expectativas por parte do consumidor, uma vez que todos os componentes do índice registraram recuos. A maior queda foi do indicador de perspectiva para o ano, que perdeu 9,4% no primeiro trimestre deste ano ante o último de 2006. Caiu de 121,5 pontos para 110,1 pontos.
O medo do desemprego aumentou. Por força de construção do indicador, variações negativas significam que o medo de perder o emprego aumentou. O dado caiu 7,6%, de 108,9 pontos para 100,6 pontos. O consumidor também não se mostrou otimista, no trimestre que passou, quando ao aumento da renda, tanto a renda geral quanto a própria. O indicador de expectativa de renda geral recuou 7,3% do último trimestre de 2006 para o primeiro deste ano, de 117,1 pontos para 108,6 pontos. O de renda pessoal teve queda de 5,5%, de 113,9 pontos para 107,6 pontos.
A intenção de compras no trimestre teve um recuo de 4%, tendo caído de 103,6 pontos para 99,5 pontos. É o único componente do INEC, contudo, abaixo dos 100 pontos, base fixa adotada em outubro de 1997. Isso significa que a expectativa do consumidor quanto à compra de produtos no segundo trimestre está abaixo da que ele tinha em outubro de 1997.
A expectativa quanto à evolução da inflação também teve uma queda, de 1,2%, o que significa que o consumidor acredita num aumento de preços no atual trimestre.