A Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio) realizou as projeções para o desempenho da economia brasileira em 2009 considerando que, apesar das dificuldades, ao longo do ano haverá claros indícios de que os mercados caminham para o equilíbrio e para a normalidade. A Fecomercio descarta como improváveis tanto um cenário otimista de solução rápida para a crise internacional, como o pessimista, de depressão econômica com quebra de grandes empresas multinacionais.
Esta escolha tem por base a convicção da entidade de que os ajustes serão severos, porém não o bastante para causar uma quebra generalizada do setor bancário europeu e americano. Apesar das novas aquisições e fusões que certamente ocorrerão, o setor financeiro conseguirá se sanear com base em pacotes pontuais de auxílio e por meio da constituição de fundos de crédito. Empresas de grande porte serão auxiliadas por governos ao redor do mundo, o que reduzirá a perda de empregos e da confiança dos consumidores.
Crédito – Em 2008, a relação entre o crédito concedido pelo sistema financeiro nacional e o PIB superou os 40%, resultado que decorreu de novos empréstimos e trocas entre as linhas de financiamento, como a substituição do crédito pessoal pelo consignado. Como é previsto que em 2009 os efeitos da crise financeira continuem a se refletir, haverá desaceleração no ritmo de concessões de crédito, tanto para os consumidores quanto para as empresas. Para as pessoas físicas, os financiamentos bancários prosseguirão sendo restritivos.
Na área empresarial, a obtenção de crédito junto ao sistema financeiro será mais onerosa e submetida a maior rigor, por causa da queda na taxa de investimentos. As intervenções governamentais por meio da redução dos patamares dos depósitos compulsórios certamente adicionarão liquidez ao mercado interbancário. Entretanto, os efeitos sobre as concessões de crédito não serão automáticos.
As expectativas contemplam expansão dos financiamentos para as pessoas físicas e para as pessoas jurídicas em níveis inferiores aos verificados em 2008. Para o primeiro semestre de 2009, ocorrerá aumento da taxa de inadimplência, fator que as empresas e o sistema financeiro levarão em conta em seus negócios futuros.