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Experiência do consumidor

Autores: Patricia Cotti e Arnold Vieira Kim
O caminho para a atração e o relacionamento com o consumir pode, por vezes, ser tortuoso. Evidentemente, o assunto não é uma ciência exata, sendo que alguns entendem se tratar de um tipo de arte. Ainda assim, agregar conhecimentos científicos a esse processo, cada vez mais, tem se tornado uma estratégia fundamental. Hoje, a compreensão de tecnologias e psicologia pode ser intimamente aliada à maior efetividade da relação entre empresas e consumidores.
No painel “Happy to Be Hooked: Design, Emotion and the New Customer Experience” (tradução livre: “Feliz em estar ‘fisgado’: design, emoção e a nova experiência do consumidor”), apresentado na edição deste ano da NRF, em Nova York, o CEO da Tonic Design Co., Chris Bye, e o autor do livro “Hooked: How to Build Habit-Forming Products” (tradução livre: “‘Fisgado’: Como desenvolver produtos formadores de hábitos”), Nir Eyal, trouxeram insights sobre o emprego de recursos tecnológicos e de ferramentas comportamentais na experiência do consumidor. A grande questão é: como criar produtos e serviços amados pelos consumidores?
A economia comportamental tem como fundamento a aplicação de noções da psicologia na identificação da forma como as pessoas pensam e sentem, e, portanto, como tomam decisões.  O consumidor não se decide necessariamente de maneira racional e fundamentada.  As suas escolhas são influenciadas por uma série de elementos internos e externos, como sua memória, estado emocional e informações presentes em seu ambiente.
O uso de economia comportamental em marketing e vendas não é recente. No entanto, a sua aplicação sistemática por empresas do varejo ainda é pouco explorada. A ideia é que ao se compreender o funcionamento da mente humana, podem ser criadas estratégias de vendas mais eficazes. A tecnologia (computadores, celulares etc), adicionalmente, gera uma variedade de novas oportunidades de interação com o consumidor. O entendimento de como aliar a tecnologia com o comportamento humano na tomada de decisões, portanto, é um importante ponto de partida que as empresas do varejo devem ter em vista na melhoria da experiência do consumidor.
O trabalho de Chris Bye à frente da Tonic Design Co. se baseia na compreensão de que o design é uma força que move os negócios (business-driving force). Na realização de seus projetos, sua empresa se utiliza de um profundo conhecimento de comportamento, motivação e emoção, na construção de vínculos entre consumidores e marcas.
Criar um design de excelência baseia-se na construção de experiências autênticas e poderosas o suficiente, para que as pessoas se sintam dispostas a aderir a elas, assim como as compartilhar. É relevante, ainda, que a experiência online do consumidor não seja apenas baseada em um design elegante, mas que a “emoção” envolvida seja aliada à real utilidade da ferramenta.
Projetos realizados pela Tonic Design Co. envolveram o desenvolvimento de (a) um aplicativo à AT&T voltado ao controle de ferramentas de casa à distância, como segurança, termostato e iluminação; (b) um aplicativo à Johnson & Johnson para atividades físicas diárias de sete minutos; e (c) um vídeo à Berkshire Hathaway HomeServices Fox & Roach, para recrutamento de corretores de imóveis; entre outros.
Em “Hooked: How to Build Habit-Forming Products”, Nir Eyal descreve como transformar “gatilhos externos” (external triggers), que fazem com que o consumidor seja meramente atraído ao produto, em “gatilhos internos” (internal triggers), que resultam na necessidade habitual do consumidor se relacionar com o determinado produto. O livro, assim, apresenta um método para “fisgar” (hook) consumidores.
Sua proposta, assim, é ser um guia no uso de tecnologias para criação de hábitos em consumidores, voltando-se especialmente a gerentes de produto, designers, profissionais de marketing e fundadores de startups.  Seus principais ensinamentos são: (a) insights práticos para se criar hábitos que sejam aderentes nos consumidores; (b) passos para se desenvolver produtos que as pessoas amem; e (c) técnicas comportamentais usados por redes sociais, como Twitter, Instagram, Pinterest, dentre outras.
Hoje, portanto, a mescla entre elementos de economia comportamental, de interação digital e, mesmo, de neurociência se mostra como uma arma poderosa na construção de uma estratégia consistente de marketing e vendas. O essencial é transformar a experiência diária do consumidor em vivências com profundida emocional, que as pessoas gostem, valorizem e procurem. Ciência e arte convivem no relacionamento com o consumidor.
Patricia Cotti é coordenadora acadêmica da Academia de Varejo & diretora vogal do IBEVAR, e Arnold Vieira Kim é colaborador do IBEVAR

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Experiência do consumidor



Autora: Raquel Hauschild

 

As avançadas ferramentas tecnológicas possibilitam hoje em dia que analistas de marketing criem experiências cada vez mais atraentes aos consumidores por meio dos diversos canais de vendas e engajamento. Neste contexto, softwares de análises de base dados fornecem insights valiosos para que estes profissionais diferenciem experiências individuais com base tanto nos interesses dos consumidores como nas estratégias de valor do próprio negócio. Com isto em mente, elencamos abaixo dez imperativos para um gerenciamento bem sucedido da experiência do consumidor, refletindo sobre a forma como os analistas de marketing tratam os clientes e levando em conta que este tratamento deve ser moldado a partir de conhecimentos provenientes de ferramentas de gerenciamento integrado de marketing.

 

1. Antes de mais nada, analistas de marketing devem estar munidos de boas ferramentas analíticas capazes de criar uma visão completa e multicanal sobre o comportamento do consumidor ao longo do tempo e através dos vários canais.

 

2. Ofertas ao consumidor, tratamentos e mensagens devem ser fundamentados e adaptáveis às circunstancias das vidas pessoais e ao mercado dinâmico.

 

3. A experiência deve ser moldada por uma inteligência analítica profunda e voltada a contextos individuais. Atualmente, inúmeros softwares de CRM tornam isto possível.

 

4. A experiência do consumidor deve ser consistente em todos os canais de comunicação e marketing. O consumidor deve ser e se sentir conhecido pela empresa.

 

5. Personalize: os clientes devem perceber um tratamento individualizado que se destina explicitamente e exclusivamente a eles.

 

6. Tratamentos devem ser embutidos em um processo definido a fim de que conhecimento e experiência estejam disponíveis independentemente da mudança de pessoal ou de sistemas.

 

7. A tecnologia CRM utilizada pelos analistas de marketing deve prover as ferramentas necessárias para a apropriada alocação de recursos a fim de manter o equilíbrio entre a expectativa de valor do cliente e o seu tratamento.

 

8. O processo deve ser coerente a fim de que a prestação de contas do marketing se mantenha através de várias perspectivas e estruturas de negócio.

 

9. A campanha deve ser orientada ao aprendizado, a fim de que melhorias possam ser identificadas e acrescentadas ao processo.

 

10. Programas de marketing devem ser extensíveis e visíveis entre os departamentos e unidades de negócio para que haja colaboração onde for necessário.

 

Por fim, os analistas de marketing devem se assegurar que as experiências extraídas ao longo dos canais e das mídias de marketing reforcem a proposta básica de valor da marca e diferencie o negócio, pois a experiência do consumidor, em todos os níveis de interação, afeta profundamente futuras receitas e lucros.

 

Raquel Hauschild é diretora de business development da Teradata para América Latina.

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