O fim de ano possui uma grande expectativa para os supermercados. Uma vez que a quantidade de pessoas é maior por conta das festas. Entretanto, manter as prateleiras cheias, com grandes quantidades e variedades de produtos para receber os consumidores nesse período, pode não ser uma estratégia de vendas do varejo em 2015. Segundo estudo da NeoGrid, a porcentagem de produtos em falta nas lojas (ruptura) voltou a subir em outubro, chegando a 12,64%. Para o diretor de relacionamento do varejo e indústria da NeoGrid, Robson Munhoz, o que pode explicar a alta ruptura é que o varejo está comprando maior quantidade de um determinado produto e deixando de comprar outros itens, que acabam faltando. “Devido à instabilidade da economia, os varejistas estão investindo mais em produtos de alto giro, que vendem mais”, avalia.
Em outubro, o índice de perda de vendas também aumentou, atingindo 3,31%, o maior nível em um ano. A porcentagem equivale a um incremento de vendas de cerca de R$ 830 milhões ao varejo no mês. Considerando os valores de venda do mercado supermercadista em 2014 – que faturou cerca de R$ 300 bilhões no ano, de acordo com dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
De acordo com os dados da NeoGrid, a principal causa das perdas de vendas foi referente à execução de loja (69,70%), mais especificamente por dois fatores: gôndola desabastecida (10,28%) – o produto estava disponível no estoque físico da loja, mas a prateleira não foi reabastecida -, e estoque virtual (59,42%) – o número de produtos que consta no sistema de informações da loja é diferente da quantidade que, fisicamente, está disponível para venda ao consumidor).
Outro motivo para as faltas está relacionado à falha logística (29,26%). Isso significa que os produtos não estavam disponíveis na gôndola ou porque o varejo não colocou o pedido para o fornecedor ou por falha na entrega. Os indicadores da NeoGrid começaram a ser compilados em outubro de 2014 e completaram um ano de análises. O índice de perda de vendas é baseado em informações de venda média diária dos varejos.