As vendas na região metropolitana de São Paulo tiveram em abril alta de 1,2% em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo a Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV) da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio). Este é o quarto aumento consecutivo no faturamento do varejo em 2007, que acumula no ano crescimento de 4,7%.
O melhor desempenho ocorreu no setor de Concessionárias de Veículos, que teve incremento de 30,9% nas vendas, e o pior resultado ficou com as lojas de Autopeças e Acessórios (-15,2%), ambos na comparação com abril do ano anterior. Segundo a pesquisa, o aumento de 1,2% no faturamento real do varejo é fruto do aquecimento nas vendas de sete das nove atividades pesquisadas – apenas Supermercados e Autopeças e Acessórios mostraram queda.
De acordo com o presidente da Fecomercio, Abram Szajman, a expansão do crédito é a principal causa do aumento do consumo, uma vez que não ocorreram avanços substanciais na geração de renda e emprego na região metropolitana de São Paulo. “Embora o faturamento do varejo esteja em alta, o cenário a longo prazo é preocupante”, explica.
“O desemprego em São Paulo continua à casa dos dois dígitos e sua trajetória nos últimos três meses é ascendente. Nesse mesmo período a renda média regional caiu 2%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O contraste entre queda na renda e expansão do crédito eleva o nível de endividamento das famílias, o que num segundo momento pode reduzir a capacidade de consumo e agravar a inadimplência”, adverte Abram.
Para o presidente da Fecomercio, a continuidade do bom desempenho do varejo depende da redução da taxa de juros para o consumidor final. “Enquanto a Selic foi reduzida, em termos nominais, em mais de 32% desde o começo de 2006, os juros cobrados das pessoas físicas só caíram 16%, e permanecem no elevado patamar de 50% ao ano”, constata.