A Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio) considera adequada a redução 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic, fixada agora em 14,75% ao ano. Mas, ressalva que a trajetória declinante ainda deixa muito a desejar, quando se leva em conta as necessidades de crescimento da economia brasileira.
Segundo a entidade, é importante lembrar que embora os cortes da taxa Selic sejam importantes para a redução da dívida pública, ela não traz reflexos diretos para consumidores e empresários, que ainda pagam juros muito altos. Para que haja uma mudança nessa realidade é necessário que se transfira para o financiamento de produção os benefícios da redução da taxa básica.
Na avaliação da Fecomercio, há espaço para novas reduções da Selic, já que na contramão de grande parte das economias emergentes, e mesmo dos Estados Unidos, a queda inesperada da inflação brasileira mantém uma janela aberta a novos cortes na Selic. A Fecomercio aponta que a cautela exagerada do Banco Central em 2005, aliada ao desempenho das contas externas do País – que levaram à valorização do Real perante o Dólar – foram, na verdade, os fatores responsáveis pelo recuo dos preços no período. Por isto a Federação defende que há espaço para novos cortes, sem que se tema, em curto prazo, uma reversão cambial, ou pressões significativas sobre os preços. Para a entidade nem mesmo a alta dos combustíveis de 2005 parece ameaçar as metas inflacionárias deste ano.