Nos últimos três anos, a empresa de tecnologia do grupo Volkswagen conseguiu crescer acima de 20%, batendo a média registrada pelas empresas especializadas em serviços terceirizados de Tecnologia da Informação (TI). Mais do que isso, concorrendo com os pesos pesados do outsourcing, a exemplo de Atos Origin, Dedalus, EDS, IBM e Unisys, para falar apenas de alguns, a gedas cumpriu a meta de, financeiramente, andar com as próprias pernas, conquistando clientes em setores outros que não o automotivo e de autopeças.
O segredo do sucesso? A política de relacionamento com os clientes baseada no conceito de competência, empatia e cumplicidade, resume o diretor-executivo de vendas e marketing, o alemão Alex Schmitz-Kohlitz, que veio ao Brasil, há quase três anos, com a missão de alavancar as vendas. A revolução por ele deflagrada se estende, inclusive, aos modelos de contrato. Nada de cláusulas leoninas e multas pesadas em caso de rescisão abrupta, por exemplo. “Nossos clientes só ficam conosco se quiserem, se julgarem que somos, de fato, um parceiro competente e leal”, explica Alex, que tomou outra providência básica: trazer a sede da empresa, antes dentro da fábrica da Volkswagen, no ABC Paulista, para o coração financeiro de São Paulo, na Avenida Paulista.
Informação de qualidade – Outra tática da diretoria-executiva de vendas e marketing, segundo Alex, é oferecer informação de qualidade aos clientes. Num jantar que, nesta terça-feira (10/05), reuniu, em São Paulo, executivos de algumas das maiores corporações em operação no País, a gedas apresentou, por exemplo, os resultados da pesquisa em que a IDC (International Data Corporation), Brasil, ouviu cem profissionais da área de TI, em cargos de diretoria e gerência, sobre a disposição de investimento em outsourcing.
Das áreas de manufatura, finanças, governo, comércio, serviços, utilidades e comunicação, eles disseram que, na média, o item TI representou, aproximadamente, 20% dos investimentos totais realizados em 2004 e que 33% das atividades na área estão terceirizadas, embora considerem que o nível ideal seria de 50%. Custo é importante. Mas o que a pesquisa mostrou é que, ao optar pelo outsourcing, a maioria das empresas está querendo dispor de mais tempo para dedicar aos negócios. Quanto à terceirização de infra-estrutura, 93% das que responderam o questionário firmaram contratos de SLA (Service Level Agreement) com os fornecedores, dos quais 73% estão sendo cumpridos. Em terceirização de aplicativos, 86% dos contratos têm cláusula de SLA, mas apenas 69% deles vêm sendo cumpridos.
Em síntese, segundo a pesquisa da IDC Brasil, o mercado de serviços de terceirização de TI e telecom – que movimentou R$ 4,8 bilhões em 2004, traduzindo crescimento de 16,56% em relação a 2003 – não poderia ir melhor. A demanda reprimida desde 2003 e impulsionada pela tendência de crescimento do ano passado deve fazer de 2005 o ano dos sonhos dos grandes provedores de serviços. “E a gedas, com certeza, vai ocupar o lugar que lhe cabe nesse espaço”, avisa Alex.