Geração K, já ouviu falar?

O foco do momento no mercado é a geração Y, ou millennials. Não por menos é alvo de diversos estudos. Eles já representam 80 milhões de pessoas somente nos Estados Unidos e, segundo a Deloitte, representarão 75% da força de trabalho no mundo até 2025. Entretanto, já há um público, ainda mais novo, se tornando motivo de curiosidade do mercado, uma vez que, apesar da pouca idade, já se mostra bastante atuante na sociedade. A geração Z – composta por nascidos entre 1994 e 2010 – possui um comportamento muito diferente dos antepassados. Com a maior vivência no mundo digital, possuem outra percepção de mundo. O que afeta a forma como enxergam tudo ao seu redor.
Quem aponta sobre isso é a pesquisadora Noreena Hertz, que estudou dois mil jovens ingleses e norte-americanos nessa faixa etária, e constatou que esse é um nicho de pessoas com noção de que o mundo é um lugar grande e cheio de problemas. Uma vez que tiveram contato com a recessão logo de pequenos, cresceram rodeados pelo terrorismo, crise, pais perdendo seus empregos, desigualdade e a preocupação global com as mudanças climáticas. Dessa forma, são pessoas que possuem um forte desejo por mudar o mundo, somente ainda não sabem como. E, por conta desse perfil, Noreena os apelidou de geração K, fazendo uma menção à Katniss Everdeen, personagem principal e heroína da trilogia “Jogos Vorazes”. Ela é uma jovem que se volta contra o governo de seu país, em um cenário distópico e pós-apocalítpico.
“Os jovens da geração K são atraídos por desafios que vão abalar com as estruturas do mundo como conhecemos”, acrescenta Livia Kuga, responsável pelo time de cultura da Stone. Consequentemente, a maneira como interagem com as marcas e como consomem também é diferenciada. Esse é um grupo mais realista, que foca mais em consumo sustentável e não deseja mais ser um cliente passível das marcas. Quer ser um personagem atuante e participante no processo de decisão e criação das marcas. Por isso, conquistam aqueles negócios que os deixam livres nas escolhas ou permitem que eles montem o produto como desejam. “Uber, Airbnb, Netflix, Whatsapp, mais do que simplesmente serviços, são ferramentas que contribuem para a chamada ´economia colaborativa´ que vem sendo cada vez mais preocupação dos jovens que querem desenhar um novo futuro mais sustentável para nosso planeta”, pontua a executiva.
Dessa maneira, a forma como a empresa se comporta na sociedade é de extrema importância para essa geração. Seja para consumo ou trabalho. Não restando muito caminho para os negócios, senão uma grande transparência sobre todos os seus processos e posicionamentos. “Eles precisam saber se o que irão fazer irá ajudar a mudar o mundo para melhor. A grande diferença é que aquilo que os faz feliz é, de fato, ajudar os outros. Empresas ´quadradas´ com modelos de negócio que não visam melhorar o mundo de nenhuma maneira, certamente terão dificuldade em atrair essa nova geração”, comenta a executiva.
No caso da Stone, o maior contato com esse público será como cliente interno, o que não diminui os desafios para entendê-los e procurar fazer com que se aproximem com a empresa. Ligia detalha que uma das atitudes que a companhia precisou aderir foi entender que ideia de compartilhamento é algo mais do que presente e real como agora. “Com um smartphone na mão, qualquer pessoa pode iniciar uma transmissão ao vivo, fazer movimentações financeiras, enviar mensagens e mostrar diversos lados de uma mesma informação”, diz. Sem contar que são profissionais mais questionadores e que podem levar uma discussão a outros horizontes. “Jovens da geração K, que trabalham por um propósito de revolucionar a indústria são os primeiros a questionar ´por quê´ e ´e se´.  Frases iniciadas dessa forma geralmente terminam em ideias inovadoras que abalam a indústria. É muito importante ter um grupo em sua companhia questionando sempre e obcecados em melhorar.” 

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