Nos diversos segmentos industriais, cada vez mais competitivos, a oferta de serviços é, hoje, o que a qualidade foi há alguns anos: um diferencial. Qualidade já é pré-requisito em todos os setores, mas a busca por eficiência, economia de tempo e redução de custos pode representar sucesso nos negócios.
A simples oferta de serviços não representa garantia de bons resultados para a empresa tomadora do trabalho. As características particulares de cada setor, produto e companhia exigem o desenvolvimento de soluções sob medida, que atendam às necessidades específicas de cada cliente. Neste cenário, a terceirização surge como um caminho extremamente viável ao atendimento das necessidades das indústrias de vários segmentos, que oferece, entre outras vantagens, flexibilidade e “liberdade” para que as empresas se dediquem à intensificação, expansão e aperfeiçoamento da atividade principal. E a estratégia tem dado certo.
Uma das atividades que mais exigem atenção no processo industrial é a logística. Não apenas pelo processo de armazenamento e movimentação de mercadorias, delicado por si só, mas pelo prejuízo corporativo e financeiro que avarias em produtos e atrasos no prazo de entrega podem significar. Esta é uma área de grande potencial, mas a falta de conhecimento técnico ou condições para realizar investimentos consistentes nessa atividade ainda impede a evolução mais rápida de seus benefícios. Vale ressaltar a importância desta área em todo o setor industrial. Dados da Unicamp indicam que a logística representa, aproximadamente, 20% do custo de produtos industrializados.
O setor de serviços logísticos tem apresentado crescimento acentuado no País, nos últimos anos. Dados do Centro de Estudos em Logística do Coppead/UFRJ apontam para um crescimento de 286% da receita total das empresas entre 2000 e 2003 – uma média anual de 57%. Em valores monetários, este percentual corresponde a uma elevação da receita de R$ 1,56 bilhão para R$ 6,02 bilhões. O levantamento indica ainda que, numa mostra de 93 indústrias nacionais, 45% pretendem aumentar a participação de provedores de serviços logísticos em suas despesas logísticas, outros 48% deverão manter o índice atual e apenas 7% têm a intenção de reduzir.
O desenvolvimento de uma sistematização eficaz demanda tempo, dinheiro, tecnologia e engenharia especializada. O que há pouco tempo era uma situação hipotética já é uma realidade. As indústrias não precisam se preocupar em embalar seus produtos para transporte, em acondicioná-los em contêineres, nem em transportar e disponibilizar todo o material no local de destino, ou com despesas com descarte de embalagens e sanções sanitárias. Isto porque empresas especializadas prestam estes serviços, desenvolvendo e gerenciando sistemas de logística que, além de facilitar o trânsito e o controle de mercadorias, gera economia de custos se comparado com sistemas convencionais.
Dentro destas atividades, destaca-se o papel da informática no aperfeiçoamento das atividades logística. Não por acaso proporcionou ganhos imensos em termos de produtividade, redução de custos, aumento de controles, diminuição de prazos, levando a ganhos antes não imagináveis. A tecnologia de informação é, hoje, um aliado imbatível no andamento dos negócios e, conseqüentemente, nos bons resultados. A falta de sistemas informatizados pode ser uma barreira para a utilização de sistemas logísticos mais eficientes e um impedimento para ganhos mais consistentes.
A informática permite o total controle da movimentação, desde a armazenagem da produção até a entrega das mercadorias ao seu destino. A identificação e rastreamento das embalagens são realizados por meio de código de barras, que permite a localização da embalagem a qualquer momento. Um chip ou plaqueta fixada na caixa leva todos os dados da nota fiscal e detalhes do produto transportado, inclusive com informações sobre fragilidade, destino, restrições, cuidados exigidos, etc. A adoção de sistemas informatizados pode proporcionar a redução em torno de 10% dos preços ao consumidor.
Além de eficiência, os serviços logísticos são dotados, cada vez mais, de segurança, o que os tornam ainda mais necessários. São mecanismos cada vez mais presentes na rotina de indústrias e de varejistas, mais preocupados com as questões de movimentação e estoque e conscientes dos ganhos que podem ser alcançados. Os mercados como um todo, gradativamente, eliminam as empresas deficitárias em termos de eficiência, pois não apresentam a agilidade e a competitividade adequadas às necessidades atuais. A importância destes mecanismos é tal, que esta área tem merecido a mesma atenção que qualquer outra dentro do processo de produção. Num movimento contínuo, todos os setores industriais – e comerciais – só tendem a ganhar.
Marcos Antonio Ribeiro é diretor de negócios da Unipac. ([email protected])