O setor público brasileiro movimentou, no mês de agosto, R$ 361,97 milhões em compras públicas realizadas via Internet e, em setembro, R$ 377,42 milhões, segundo apuração do e-Licitações, índice mensal desenvolvido por Florencia Ferrer Pesquisa & Consultoria, em parceria com o Núcleo de Estudos e Desenvolvimento em Governo Eletrônico (Ned-Gov/FUNDAP-FAPESP), e divulgado com o apoio da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Camara-e.net).
Em fevereiro deste ano, somente 1,18% do valor total negociado pelo setor público em bens e serviços era comprado via Internet. Já em setembro, esse valor mais que dobrou. Segundo Galileu Vieira, diretor de Tecnologia da Florencia Ferrer Pesquisa & Consultoria, isso reflete a tendência do Governo em utilizar o restante do orçamento no final do ano de maneira mais acelerada se comparado ao começo do ano.
O efeito do decreto 5.450/05, que tornou a modalidade do pregão obrigatória nas compras de bens e serviços comuns, com preferência pelo pregão eletrônico, continua impactando o índice. A Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Governo Federal revelou que em setembro 50% das aquisições de bens e serviços comuns, feitas pela União, foram realizadas via pregão eletrônico.
Outro dado importante é que as compras eletrônicas representaram 3,8% em agosto e 3,96% em setembro do total consumido pelo setor público brasileiro. Para Cid Torquato, diretor executivo da Camara-e.net, “o constante crescimento de compras do Governo pela Internet se deve ao baixo custo que a operação proporciona ao Estado, medidas que começam a ser aprovadas e beneficiam esse tipo de transação e a transparência que todo o processo conta” e, destaca os valores que o pregão deve chegar “até o final do ano o percentual comprado pela Internet deve ficar por volta de R$ 5 bilhões e, até o final da década, devemos chegar aos R$ 105 bilhões”.