Humanização dos dados

Se para realizar a gestão de clientes e o relacionamento com eles vem se tornando um processo cada vez mais difícil para empresas, por conta da grande quantidade de dados gerados por elas próprias e pelos consumidores também, outros processos dos negócios também vendo sendo desafiados nessa era de big data. Entre eles estão as estratégias de marketing, em que as empresas precisam saber trabalhar e lapidar todo  o conteúdo ao qual têm acesso para conseguirem uma campanha efetiva. “No começo, o marketing era movido pela inspiração e seu sucesso era medido pelos prêmios. O cliente não era lembrado”, contou Peter Rosenwald, consultor estratégico da YouFindSolutions, que realizou uma palestra na IV Conferência Internacional em Qualidade da Informação, realizado no dia 09 de setembro.
Porém, no mundo de hoje, é essencial para qualquer campanha de marketing que ela seja baseada em métricas e estas só funcionam quando há dados de qualidade. “Há riscos em todos os lados e é preciso ter cuidado. Estamos na corda bamba entre a necessidade de dados e o uso de dados de qualidade”, explica Rosenwald. Ele ainda aponta que é através da métrica que a um negócio poderá ter conhecimento sobre o quanto poderá investir em uma campanha, o Allowable Cost Per Order (ACPO). O cálculo, segundo o executivo, traz informações em que pode determinar a campanha e conseguir ter sucesso. “É preciso olhar mais para o dado certo do que olhar para um dado correto. Ou seja, analisar os nichos, os microdados”.
Rosenwald ainda é enfático: dado é poder, “quanto mais se tem, mais forte a empresa é”. Concordando a essa ideia está Stephen Yu, da Willow Data Strategy, que também esteve no evento da Qibras. De acordo com Yu, vivemos em um mundo onde informações estão sendo geradas por todos os lados. “Por dia, são coletados 2,5 quintilhões de dados, mas não significa que todos os dados são úteis, pois há muito ruído”, acrescentou. Por essa razão que ele não é a favor da denominação Big Data, pois ela apenas enfatiza o tamanho, mas não a sua função, o que acaba tornando uma ilusão ao mercado. “Não é a quantidade da informação, mas e ter a resposta ideal, por isso que o certo seria dizer Smart Data”. 
Para isso, é preciso saber analisar os dados aos quais as empresas têm a disposição, mas antes é necessário selecionar o grupo ou o cliente aos quais essas informações pertencem para, assim, realizar a análise. “Pois cada um trará conteúdos diferentes”.  Para Yu, este é um modelo direcionado ao marketing 1 to 1. Por meio desse trabalho, o executivo explicou que será possível o negócio aumentar a aferição dos targets, uma vez que será possível falar com menos pessoas, gasta menos, pois será mais efetivo, e incomodará menos consumidores, principalmente, aqueles que não fazem parte do perfil desejado da ação. Assim, o resultado será uma maior chance de que a fidelização seja feita da forma certa. “Tudo, no futuro, será 1 to 1. Então, a empresa que não pensar nesse modelo irá perder tempo, dinheiro e mercado”, declarou. Yu, então, mostrou que o caminho é realizar um database dividido em: saber quem engajar e o que oferecer a essa pessoa a ser engajada. “A jornada do marketing tem a ver com pessoas, não com números. O cliente é uma pessoa seja ele no on-line ou no off-line”. Dessa forma, é preciso cada vez mais que os serviços e dados sejam humanizados. “Entenda a natureza humana, o comportamento do cliente, coloque-se no lugar dele”, indicou ele.

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