Autor: Paulo Rezende
Mesmo com a tecnologia presente em diversos aspectos do nosso dia a dia, a inteligência artificial ainda é um assunto complicado para muitos de nós. E ao se falar de viagens, quando vem à nossa cabeça imagens de aeroportos e destinos paradisíacos, enxergar o quão rica a experiência turística se torna com o uso de IA pode ser ainda mais difícil. De qualquer forma, saiba que ela já está presente neste mercado e você nem imagina o quanto.
Até pouco tempo atrás para planejar as férias era preciso sair de casa e ir até uma agência de viagens para conferir as opções de destino. Hoje, o mundo todo está à distância de um clique. Não importa para onde você queira ir, é possível organizar o seu roteiro dos sonhos direto do celular, com diversos aplicativos que automatizam processos que vão desde a reserva do hotel a compra de ingressos e passagens aéreas.
Mesmo com toda essa praticidade, é seguro dizer que todas as etapas do planejamento de uma viagem podem melhorar cada vez mais com a inclusão crescente de inteligência artificial. A análise preditiva, que é a capacidade que os sistemas de sites e companhias têm de prever quais são as suas preferências de viagens baseada no conteúdo que você consome na internet, é uma delas. Pode parecer mágica ver em seu navegador um anúncio de um pacote de viagens para Paris minutos depois de ter procurado por hotéis na França ou curtido fotos da Torre Eiffel no Facebook, mas não é – isto é inteligência artificial.
O aprendizado da máquina, pilar importantíssimo da IA, também ganha cada vez mais espaço no mundo das viagens. Ao observar o comportamento dos clientes nas reservas de viagens, por exemplo, o próprio sistema vai se moldando para atender da melhor forma os usuários. Saber que determinado usuário assiste a muitos programas coreanos e sempre sai de férias em maio, mês das noivas, pode munir uma agência de viagens de contexto e capacidade para oferecer a este cliente uma viagem para Seul com descontos e regalias exclusivas para quem vai casar, por exemplo.
Assistência personalizada durante o passeio também é possível. Levando em consideração as preferências do usuário, como casas noturnas ou pontos turísticos, é possível disponibilizar uma assistente virtual. Ela dará as melhores dicas de lojas para quem gosta de fazer compras ou indicações de restaurantes para quem segue perfis gastronômicos no Instagram. As possibilidades são infinitas.
A inteligência artificial está mudando para sempre o panorama de negócios, seja na indústria de viagens ou em qualquer outra. A capacidade de conseguir predizer as preferências do consumidor baseado no rastro de atividades é por si só uma ferramenta valiosíssima para empresas conseguirem entregar um serviço altamente customizado e com uma enorme taxa de satisfação por parte do usuário. O futuro é agora.
Paulo Rezende é diretor comercial da Amadeus Brasil.