Os consumidores de eletroeletrônicos no Brasil podem ser divididos em quatro grupos diferentes: atualizados consumistas, atualizados planejadores, desatualizados planejadores e desatualizados não-planejadores. Esta é uma das conclusões de um estudo realizado pelo Ibope Inteligência utilizando dados do Target Group Index, que mede as opiniões e hábitos de consumo em nove regiões metropolitanas e interior das regiões sul e sudeste.
O estudo é o primeiro de uma série que compõe o tracking do mercado de Convergência e Consumo da empresa, e também apresenta um perfil dos que possuem ou pretendem possuir equipamentos eletroeletrônicos. “Esse tipo de trabalho, baseado em modelos de adoção de tecnologia que combinam dados sócio-demográficos, hábitos de compra e consumo, opiniões e atitudes é muito comum em países da Europa e nos Estados Unidos, mas ainda não havia algo similar levando em conta as características do mercado brasileiro”, afirma Marcelo Coutinho, diretor executivo do Ibope Inteligência. “Os resultados mostram que quando falamos em termos de adoção de tecnologias um modelo que deu certo no exterior não vai necessariamente ter o mesmo sucesso no Brasil. Em alguns segmentos específicos é necessário um elevado grau de adaptação das estratégias comerciais e de comunicação”.
Os grupos de atualizados no Brasil são formados por indivíduos que buscam estar em dia com a tecnologia, e se dividem entre os que pagam qualquer preço por um eletroeletrônico que realmente desejam e os que procuram mais informações antes de comprar. Já os grupos de desatualizados são formados por indivíduos que nunca são os primeiros a comprar eletroeletrônicos. Neste grupo há os que buscam informações antes de comprar e os que não se preocupam muito com isto.
“Uma boa parte dos desatualizados planejadores é formada por indivíduos mais maduros, entre 45 e 54 anos”, explica a analista de mídia e consumo do Ibope Inteligência, Janaina Gimael. “Já entre os atualizados consumistas há uma boa parte de indivíduos que têm entre 12 e 24 anos. São jovens que não se importam em pagar um preço alto pelo produto que querem, mas encontram no preço e na dificuldade de acesso ao crédito uma barreira importante”, afirma a analista. “Um ponto interessante é que enquanto os atualizados planejadores têm grande afinidade com a Internet como fonte de informação para a compra, os desatualizados não-planejadores têm esta afinidade com guias impressos, como as páginas amarelas”.
O estudo, baseado em dados de 2005, também mostra que a posse de determinados eletroeletrônicos está bastante relacionada à renda e à escolaridade. Está no grupo de atualizados planejadores – que detém as maiores faixas de renda individual e os maiores graus de escolaridade – o maior percentual de indivíduos com posse de câmeras, computador de bolso, tocadores de música portáteis e também celular para uso individual.