A pesquisa anual da Telecheque revela que o volume de cheques devolvidos no Brasil em 2004 foi de 2,30%, apresentando uma queda de 3,2%, em relação a 2003, quando ficou em 2,37%. Os pagamentos à vista também sofreram queda de 0,4% em 2004, com um total de 32,65% de transações com cheque, bem próximo ao de 32,78% em 2003. Já nas negociações com cheques pré-datados, a inadimplência aumentou 0,2%, com um total de 67,35% de cheques devolvidos em 2004 (67,22% em 2003).
“Em 2004 o mercado foi muito mais arrojado na concessão de crédito e prolongamento dos planos de pagamento, o que explica as constantes elevações dos índices de cheques pré-datados ao longo dos meses. Prova disso são as promoções das grandes redes varejistas do País”, afirma José Antônio Praxedes Neto, vice-presidente da Telecheque.
Em relação aos cheques honrados, de janeiro a dezembro de 2004, o total foi de 97,05%, apenas 0,1% superior ao de igual período do ano anterior, que ficou em 96,96%. O volume de cheques roubados respondeu por 0,64%, e foi inferior 3,1% em relação ao ano de 2003 (0,66%).
Dados semestrais – Nos primeiros seis meses de 2004, a inadimplência foi de 2,49%, índice 0,8% menor em relação ao do 1º semestre de 2003, que ficou em 2,51%. Já no 2° semestre, que teve o índice de cheques devolvidos fixado em 2,14%, houve uma queda mais acentuada (6,1%), em relação ao mesmo período de 2003 (2,28%). Na comparação entre os dois semestres de 2004, o índice de cheques devolvidos caiu 13,8% nos últimos seis meses do ano passado em relação ao 1° semestre, o que também ocorreu no mesmo período de 2003, que teve queda de 8,9% neste comparativo.
Praxedes afirma que o 1° semestre normalmente tem índices de inadimplência superiores aos da última metade do ano pois reflete o excesso de despesas com os cheques pré-datados do Natal. “Já no 2° semestre, o consumidor se preocupa em quitar as dívidas para reabilitar seu nome e voltar a ter crédito para as compras de fim de ano, o que resulta na queda dos cheques devolvidos”, explica.
Outro fator que motivou a queda da inadimplência no 2° semestre foi a redução das inclusões de registros no CCF (Cadastro de Cheques sem Fundo), que caíram 21,8% em relação ao 1º semestre do mesmo ano, segundo dados do Banco Central. Na comparação com o ano anterior, os registros de inadimplência caíram 12,5% e, no mês de dezembro de 2004, houve a maior incidência de inclusões de registros, somando um valor absoluto de 668.473 novos casos.
O levantamento da Telecheque mede a inadimplência considerando os valores das transações com cheques em reais e não a quantidade de cheques devolvidos.