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Inadimplência cai, mas os cheques devolvidos sobem

Pelo quarto mês consecutivo a inadimplência diminui no país, mas o total em reais dos cheques devolvidos sem fundos no mês passado e no primeiro semestre deste ano é recorde desde 1997. Em junho, o total de cheques devolvidos por falta de fundos em todo o país teve uma variação negativa de 2,1%, na comparação com o mesmo mês de 2003, de acordo com o levantamento da CheckOK, empresa de verificação eletrônica de crédito. Do total de 174,4 milhões de cheques compensados no mês passado, 51 em cada lote de mil não tinham saldo suficiente. Este é o menor índice registrado desde janeiro de 2004, quando 55 cheques a cada mil compensados foram devolvidos por insuficiência de saldo. Em junho de 2003, a quantidade foi de 52 cheques sem fundos para cada mil compensados

Este é o quarto mês de queda consecutiva da inadimplência no ano, pois na compara ção entre os meses de março, abril e maio deste ano com os de 2003, também houve variação negativa, de 2,7%, 3,3% e 9,1%, respectivamente. Em relação a maio deste ano, o número de cheques devolvidos por lote de mil compensados ficou estável, ou seja, nos dois últimos meses foram devolvidos 51 cheques em cada mil trocados.

No mês passado, foram devolvidos 8,9 milhões de cheques por insuficiência de saldo no Brasil, o menor volume registrado para o mês de junho nos últimos três anos, revela o levantamento da CheckOK. Em 2003, 9,7 milhões de cheques tiveram o pagamento recusado; em 2002, 9,1 milhões, e, em 2001, 9,6 milhões. Nos primeiros seis meses deste ano, 56,2 milhões de cheques foram devolvidos por falta de fundos, quantidade menor do que a registrada no mesmo período nos anos de 2003 (61 milhões), 2002 (60,3 milhões) e 2001 (59,6 milhões).

Apesar da queda da inadimplência, a soma dos valores dos cheques devolvidos por insuficiência de saldo atingiu R$ 5,3 bilhões, o maior valor registrado para o mês de junho desde o ano de 1997, quando o total foi de R$ 2 bilhões. O valor também foi recorde no primeiro semestre deste ano. De janeiro a junho de 2004, o valor total dos cheques devolvidos por insuficiência de saldo foi de R$ 31,9 bilhões; em 2003, R$ 31,5 bilhões; em 2002, R$ 29,7 bilhões; em 2001, R$ 27,1 bilhões; em 2000, R$ 20,2 bilhões; em 1999, R$ 16,8 bilhões; em 1998, 15,5 bilhões e, em 1997, R$ 11,6 bilhões.

Em São Paulo, estado com maior volume de cheques compensados no País (mais de 68 milhões de unidades), 45 cheques em cada mil compensados foram devolvidos por falta de fundos, de acordo com os dados da CheckOK. Esse total é 6,7% menor do que a variação registrada em junho de 2003, quando foram devolvidos 49 cheques para cada lote de mil compensados. Em relação a maio de 2004, quando foram devolvidos 46 cheques em cada mil depositados, também houve variação negativa, de 1,1%. Este é o quarto mês consecutivo que o estado de São Paulo registra queda na taxa de inadimplência, pois na comparação entre os meses de março, abril e maio de 2004 e 2003, também houve variação negativa, de 5,9%, 7,5% e 13,6%, respectivamente.

O total de cheques devolvidos por falta de fundo em junho deste ano (3,1 milhões) no estado de São Paulo foi o menor para o mês de junho nos últimos três anos. Em 2001, 4 milhões tiveram o pagamento recusado; em 2002, 3,5 milhões e em 2003, 3,6 milhões. No estado, o total de 3,1 milhões de cheques devolvidos no mês de junho somam R$ 1,6 bilhão, o menor valor registrado nos últimos três anos.
No primeiro semestre do ano de 2004 foram devolvidos 19,6 milhões de documentos por falta de fundos em São Paulo, menor volume registrado para este período, desde 2001, quando foram devolvidos 23 milhões de cheques sem fundos.

No mês passado somente as regiões Sul (-3,6%) e Sudeste (-5%) apresentaram queda na variação do volume de cheques sem fundos, na comparação com o mês de junho de 2003. As demais registraram aumento da inadimplência: Nordeste (4,9%), Norte (6%) e Centro-Oeste (4,1%). Em relação ao mês de maio de 2004, as regiões Norte (-1,5%), Sudeste (-1,8%), Centro-Oeste (0,6%) e Sul (1,7%) registraram queda e somente o Nordeste (1,7%) teve alta na quantidade de cheques devolvidos por falta de pagamento.

Todos os dados do levantamento da CheckOK têm como base os dados fornecidos pelo Banco Central e referem-se aos cheques sem fundos devolvidos pela primeira e segunda vezes, além das devoluções pelas alíneas 13 (conta encerrada), 14 (prática espúria) e 21 (contra-ordem ou sustação de pagamento).

Expectativa de queda – De acordo com o analista financeiro da ABM Consulting, Gustavo Pedreira, a queda consecutiva da inadimplência é conseqüência de uma combinação de fatores. “A economia nacional vem apresentando recuperação. O PIB acumulado nos últimos 12 meses, valorizado pelo IGP-DI, apresentou variação de 6,5% na comparação entre os meses de maio deste ano e de 2003. Também em maio, o desemprego recuperou 0,9 p.p., situando-se em 12,2%, sendo que 82% dos novos empregos foram criados em São Paulo. Os juros médios para pessoa física caíram, em 12 meses, 21,3 p.p. e os do cheque especial, 37,1 p.p. A produção física aumentou 7,8% no mês de maio em relação ao mesmo mês do ano passado; no Estado de São Paulo a variação foi de 10,7%. A capacidade instalada bateu recorde e é de 81,8%”. Estes números, continua o analista da ABM Consulting, puxados pelas exportações, fizeram com que a inadimplência caísse pelo quarto mês consecutivo. Destaque para o desempenho de São Paulo e principais estados exportadores.

“As previsões para o crescimento do PIB voltaram a crescer e ficar acima de 3,5%. A Selic deve ceder e terminar o ano em torno de 15%. Com isso, as expectativas são de queda da inadimplência em relação aos mesmos meses do ano anterior. Na comparação com o mês anterior, agosto e novembro deverão sofrer pressões, mas se apresentarem variações positivas, não deverão ser de grandes dimensões”, prevê Gustavo Pedreira.

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