O Índice Nacional de Confiança, INC, da Associação Comercial de São Paulo, ACSP, registrou 76 pontos em fevereiro – um a mais do que no mês anterior. Porém, 52 a menos sobre fevereiro de 2015. De acordo com o presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Alencar Burti, a baixa confiança do consumidor brasileiro é resultado da crise que afeta o País. “São três meses seguidos nesse patamar. Enquanto não houver solução para o impasse político-institucional que derruba a nossa economia, não há perspectivas de melhora. Precisamos urgentemente que o Brasil volte a andar e a crescer”, afirma.
Emprego, consumo e situação
Um dos grandes destaques do INC é o número recorde de brasileiros que conhecem alguém que perdeu o emprego nos últimos seis meses. Em fevereiro, os entrevistados disseram conhecer, em média, 5,25 pessoas que foram demitidas. No mesmo mês de 2015, a média era de 3,25. Em corroboração a isso, a pesquisa destaca que 54% dos consumidores estão inseguros no emprego (ante 33% em 2015).
Como consequência, somente 17% estão à vontade para comprar eletrodomésticos (34% em 2015) e apenas 10% para adquirir carro ou imóvel (26% há um ano). Da mesma forma que apenas 24% consideravam sua situação financeira boa. Em 2015, esse percentual era de 40%. Quanto às perspectivas futuras, o Índice aponta que 31% acreditam que sua situação financeira irá melhorar nos próximos meses. Há 12 meses, 47% tinham a mesma percepção. Nas variações mensais, todos os indicadores mantiveram-se estáveis ou dentro da margem de erro (3 pontos).
Regiões
Com INC de 79 pontos em fevereiro, o Norte/Centro-Oeste foi a única região com queda na confiança do consumidor frente a janeiro (85 pontos). Isso pode ser explicado por questões climáticas, que afetam a produção agrícola da região. Em fevereiro de 2015, o INC do Norte/Centro-Oeste foi de 154 pontos. Em fevereiro, o Sul registrou 68 pontos ante 63 em janeiro e 129 no ano passado. O aumento na comparação mensal pode ser resultado do acordo entre o Rio Grande do Sul e o Governo Federal quanto às dívidas do estado.
O Sudeste, por sua vez, anotou 70 pontos contra 66 em janeiro e 123 há um ano. No Sudeste, o Estado de São Paulo continua com pessimismo elevado, tendo marcado 60 pontos (o mesmo que em janeiro, mas 47 a menos do que no mesmo período de 2015). Por fim, o INC do consumidor do Nordeste foi de 91 pontos em fevereiro – o mesmo resultado do mês anterior. Já há um ano, foram registrados 132 pontos.
Classes
O alongamento de prazos no crediário pode ter contribuído para o ligeiro aumento na confiança dos consumidores da classe C, que marcou 77 pontos em fevereiro contra 73 em janeiro e 134 em fevereiro/2015. Na contramão, a inflação de alimentos pesou mais no bolso do consumidor da classe D/E: o INC caiu para 87 pontos em fevereiro – em janeiro foram marcados 92 pontos e, há um ano, 130. Por fim, a classe A/B teve um INC de 63 pontos em fevereiro, diante de 62 em janeiro e 110 em fevereiro de 2015.