O fantasma da inflação, que parecia exorcizado, volta a assombrar o humor dos paulistanos. As recentes pressões inflacionárias, observadas principalmente nos preços dos alimentos, tiveram impacto direto sobre o otimismo dos consumidores que vivem na cidade de São Paulo. O Índice de Confiança do Consumidor (ICC), da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio), apresentou queda de 8% em julho e atingiu 131,5 pontos, a maior retração desde setembro de 2005 quando apurou queda de 13%. Vale lembrar que o ICC varia de 0 a 200.
A reação está em consonância com o Índice de Preços no Varejo (IPV), também medido pela Fecomercio, que em junho registrou alta de 1,25%, a segunda maior variação registrada em 2008, atrás de maio quando subiu 1,46%. De abril a junho, o IPV acumula alta de 3,24%. A expectativa para julho é de que os preços sigam em ascensão. Diante disso, de abril a julho, o ICC registra queda de 17 pontos, cerca de 12%.
A segmentação por gênero e faixa de renda mostra que as mulheres e os que ganham menos de 10 salários mínimos são os mais pessimistas. Nestes dois grupos, o ICC apresentou variações negativas de, respectivamente, 11,2% (126,1 pontos) e 8,7% (127 pontos), no mês de julho. A queda na confiança fica ainda mais evidente quando analisado o Índice de Expectativas do Consumidor (IEC). Entre elas, a retração foi de 11,4% (120 pontos) quanto às condições econômicas futuras e para os que têm rendimento inferior a 10 salários mínimos, a queda foi de 9,2% (120,5 pontos).
O Índice de Condições Econômicas Atuais (ICEA), que registra a percepção em relação ao presente, também apresentou queda de 7,9% e atingiu 140,3 pontos. O Índice de Expectativas do Consumidor (IEC), que mede a confiança futura, mostrou retração de 8% e totalizou 125,7 pontos. Esse dado é particularmente relevante, pois sinaliza que os consumidores não acreditam na melhoria do atual cenário de altas nos preços, pelo menos a médio prazo.