Um dos maiores desafios das empresas hoje em dia é inovar. Com o mercado saturado e os clientes exigentes, elas temem perder espaço e não conseguir ter sucesso. Assim, surge a busca constante por oferecer algo que chame a atenção dos consumidores e façam com que estejam à frente dos concorrentes. Porém, ao contrário do que muitos imaginam, inovação nem sempre está voltada ao lançamento de produtos ou serviços que nunca estiveram no mercado. “A verdade é que a inovação está mais ligada com a palavra ‘facilidade’: tudo que facilita ou melhora a interação de um grupo de pessoas pode ser considerado inovador”, explica Marcio Eugênio, especialista em e-commerce e sócio-fundador da D Loja Virtual.
Ou seja, a inovação pode vir por meio da facilitação de um processo burocrático em setores internos de uma empresa, a criação de uma embalagem mais sustentável e prática de ser transportada ou um modo novo de entregar um produto. Segundo Eugênio, um exemplo de inovação voltado à praticidade do cliente é a Netshoes, que entrega as bicicletas já montadas para os compradores. “O cliente pode pegar a bicicleta quando chegar ao endereço e já sair andando. Isso é muito bacana, pois mostra que a empresa está preocupada com o cliente”, aponta.
Entretanto, talvez seja um dos principais obstáculos a se enfrentar, o fato de que é preciso encontrar os problemas reais pelos quais o público, seja interno ou externo, está passando, para, assim, oferecer uma solução que o possa ajudar. Por outro lado, caso a empresa consiga encontrar uma forma de sanar a dificuldade do cliente com a sua inovação, ela terá como garantia uma melhor experiência do usuário, permitindo assim maiores chances de fidelização. “Melhorando essa experiência e ele saindo satisfeito, ele espalha essa informação para outras pessoas. É um círculo virtuoso que só ajuda a empresa”, adiciona o executivo.
Ainda assim, é preciso muito cuidado, para que o empreendedor não acabe resolvendo um problema que na verdade não existe ou não é tão relevante. “Quem está inovando não deve pensar em ‘inovar por inovar’. Se você não é a Apple, que consegue inventar uma necessidade bem, nem tente.” Os clientes já possuem um discernimento do que é apenas invenção e aquilo que é uma atitude ou produto que pode ser prática para suas vidas. “O problema pode estar nas pessoas não aceitarem aquela inovação. Mas isso pode ser evitado se a empresa pesquisar o público que atende e ver quais são as necessidades que eles encontram”, completa.