Fazendo referência aos dez anos da internet comercial, Soumitra Dutta, reitor de Educação Executiva do Insead e autor do relatório de TI do Fórum Econômico Mundial, abriu a quinta edição do IT Business Forum 2005, evento que vai até domingo (28/08). O keynote speaker tratou da relação entre a rede mundial dos computadores e a capacidade da inovação nos negócios. “A TI está mudando a relação cliente-empresa. Ela mostra como os clientes estão usando os produtos e, assim, fornece subsídios para o aperfeiçoamento”, enfatizou Soumitra.
Na década da internet, que Soumitra classificou como “absolutamente incrível”, o mundo testemunhou transformações sociais impulsionadas pela revolução da web. Mas ainda existem mudanças pela frente. O aumento da difusão e o barateamento da tecnologia, somados à presença mais maciça dos semicondutores e de máquinas superinteligentes serão os próximos passos desta era, na opinião do keynote speaker.
“Há três anos o mundo conectado consistia em qualquer coisa, a qualquer hora em qualquer lugar. Agora temos de acrescentar o ´sempre conectado´. Um exemplo: estive no início deste mês na Floresta Amazônica e, enquanto navegava no meio da selva, trabalhava com meu blackberry. É simplesmente incrível!”, comentou Soumitra.
Sobre a questão do ROI (sigla em inglês para retorno sob investimento), o guru salientou que a inovação fica comprometida quando se foca mais nos custos de determinada tecnologia que nos benefícios que ela traz.
Brasil precisa acordar – Ao analisar a posição do Brasil no ranking dos países mais bem-preparados em TI, Dutta ressaltou a necessidade de o País se tornar líder e ser reconhecido no segmento da tecnologia. O Relatório Global de Tecnologia da Informação é elaborado para o Fórum Econômico Mundial. O Brasil caiu da 39ª posição para a 46ª; e está atrás da Lituânia (43ª), África do Sul (34ª) e Eslovênia (32ª).
Soumitra lembrou que a Índia reverteu uma crise e está galgando posições no ranking. A China, segundo Dutta, é extremamente ambiciosa e quer ser a número um do mundo, ultrapassando os Estados Unidos. “O Brasil tem capacidade para se tornar campeão global, mas tem de agir rapidamente, porque Índia e China o estão fazendo”, pondera Soumitra.