Lançamento de produtos: sinal de calafrios




 

Autor: Ivan Milano

 

Lançar produtos sempre foi o grande alicerce de crescimento sustentado dentro das organizações em mercado de consumo. Os lançamentos trazem esperanças renovadas de crescimento de vendas e de construção de novas marcas que consolidam a presença da companhia no mercado. Não à toa que as corporações líderes em vendas lançam, em média, um produto a cada oito dias. Mesmo assim, não será difícil encontrar profissionais que, quando convidados a liderar ou participar de grupo de profissionais que se responsabilizará pelo lançamento de produtos, sofram com calafrios e incertezas.

 

Companhias de setor conhecido como o de ciências da vida sofrem ainda mais com as chances de fracasso em algum momento do processo que ocasionará custos maiores e atrasos. Indústrias dos setores farmacêutico, cosmético, veterinário e alimentício mantêm os motores do lançamento ligados a todo o vapor nos sete dias da semana, 24 horas por dia. Aparentemente, os profissionais envolvidos deveriam saber de cor e salteado o que fazer, correto? Não é bem assim. Em minha carreira de 29 anos na indústria farmacêutica vi equipes abastecidas dos melhores profissionais de marketing, finanças, vendas, operações e qualidade terem resultados que evidenciam os gargalos.

 

Exemplos como ter sucesso tão grande de vendas após o lançamento que ao final do segundo mês de vendas não haveria estoques para atender a todos os pedidos. Ou ainda, presenciar um trabalho estupendo de parceria entre indústria e fornecedor em processo estratégico de mudança de embalagens, mas faltando 12 horas para a apresentação ao mercado perceber que o material promocional necessário não estaria pronto.

 

Então fica a dúvida: considerando todo o conhecimento interno gerado por casos anteriores e que há grupos multidisciplinares sempre dedicados exclusivamente ao lançamento, o que afinal ocasiona um desvio indesejável ou até mesmo fracasso completo do projeto? A resposta mais rápida é a falta de mecanismos catalíticos ativos e reconhecidos dentro das organizações que geram incrível inconsistência. De forma mais prática, é vital saber escalar o time e colocar a disposição de tecnologia capaz de municiar os envolvidos com informações precisas a todos os instantes. Também é preciso elaborar hipóteses sobre o ambiente de negócios, avaliar as habilidades da companhia, ligar estratégia às operações e saber executá-las. Vale a pena sincronizar os profissionais a várias disciplinas e atrelar incentivos aos resultados.

 

Como atender a estes requisitos que levam a projetos de sucesso? É preciso ter um líder com compreensão holística da organização e disciplina de execução. Ele deve ser capaz de interagir com todas as áreas da organização com inequívoca capacidade de mobilização. Também cabe uma criteriosa seleção dos participantes da equipe e não realizar nomeações com base em suposições e julgamentos empíricos. E, por fim, criação de um sistema de informação customizado. Não se pode imaginar que o ERP possa gerenciar de forma eficaz estes projetos já que não é sua finalidade. Devem ser previstos planos alternativos para cada situação limitante e o sistema deve ser acessível a todos os envolvidos no projeto.

 

Não podemos esquecer que o lançamento de produtos gera na organização uma ansiedade imensa de entrar no mercado com a certeza do sucesso. A paixão pelo produto a ser lançado leva muitas vezes, por não dizer sempre, a esquecer a excelência no processo de lançamento. Sem dúvidas esta paixão visionária é absolutamente necessária para alcançar o sucesso. Porém, os alicerces da excelência são imprescindíveis para poder sustentar o sucesso. Paixão com processo excelente é o segredo do lançamento exitoso de produtos.

 

Ivan Milano é COO da Diamond Passion and Excellence.

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