O índice de penetração de celulares no Brasil saltou de 13,5 %, em novembro de 2000, para 18,3% em dezembro de 2001. O percentual praticamente dobrou em relação a novembro de 99, quando a penetração da telefonia celular no País alcançava a marca de 9,7% da população. Os números são resultado de estudo sobre o mercado de telefonia móvel no Brasil realizado pela Latin Panel, empresa dos grupos Ibope, Taylor Nelson Sofres e NDP, especializada em pesquisa de consumo.
Os resultados fazem parte de um painel com cerca 16,3 mil entrevistados com mais de 14 anos, em todo o Brasil, no período. A sondagem cobre municípios com mais de 20 mil habitantes, numa base amostral que representa 68% da população e 77% do potencial de consumo do país. A pesquisa é feita trimestralmente em amostra contínua desde 1998.
A pesquisa revela que a região da Grande Rio de Janeiro foi a de maior incremento, com um salto do índice de penetração de 22,2%, em novembro de 2000, para 29,3%, em dezembro de 2001. A região Sul ocupou a segunda posição no quesito, com o índice avançando de 15% para 21,3% no mesmo período. A região Leste, que inclui os Estados de Minas Gerais, Espírito Santo e interior do Rio de Janeiro, também registrou crescimento consistente. A penetração da telefonia celular nestas regiões saltou de 9,5% da população para 16,6%.
Segundo a pesquisa, os aparelhos de preço intermediário, estão ganhando a preferência do consumidor. Em novembro de 2000, eles representavam 16% dos aparelhos em poder da base pesquisada. No levantamento concluído em dezembro último, eles já perfaziam 24% do contingente total de celulares. Os aparelhos mais caros, por sua vez perderam espaço no mercado, com a participação caindo de 30%, em novembro de 2000, para 17% em dezembro de 2001.
Os aparelhos pré-pagos já são maioria absoluta na base pesquisada. Do total de consumidores, 77% possuem celular pré-pago e apenas 23% pós-pagos. Esses números são replicados por todo o país. Na região da Grande Rio de Janeiro, 77% dos usuários utilizam serviços pré-pagos, contra 23% de assinantes pós-pagos. O mesmo fenômeno ocorre nas regiões Norte e Nordeste, com 69% de usuários de pré-pagos, Centro-Oeste, com 77% e Sul com 70%. Na Grande São Paulo, o índice reflete a média nacional, com 77% da base concentrada em pré-pagos.
Por faixa etária, a pesquisa revela que os maiores usuários de celulares têm entre 16 e 24 anos. Este extrato representa 30% do total de usuários. Já os consumidores entre 25 e 32 anos formam o segundo maior contingente de usuários (21%), seguidos por usuários de 33 a 46 anos (18%); 41 e 50 anos (16%) e pessoas com mais de 51 anos (11%).
No quesito sexo o mercado praticamente não registrou movimentação em relação há dois anos. Em novembro de 2000, 57% do total de usuários eram homens, e o restante, 44%, mulheres. Desta data até novembro de 2001 as mulheres aumentaram em apenas 1% sua participação no consumo de telefonia celular no país. O estudo mostra ainda que até dezembro de 2001, 19% dos celulares adquiridos pela base pesquisada foram comprados de segunda mão. A maior parte do mercado, entretanto, é constituída por aparelhos novos (81%).
Outro levantamento avalia o prazo de troca de celular. Na base pesquisada, 35% dos usuários troca de aparelho no período de 1 a 2 anos. Outros 21% trocam num período entre 1 a seis meses, 21% trocam de celular de 7 a 12 meses e o restante, 18%, leva mais de dois anos para adquirir um aparelho novo.
Apesar desse cenário amplamente positivo para o mercado de telefonia móvel, 81,5% da população total do Brasil ainda não possui um aparelho celular. Deste contingente, cerca de 7% pretendem adquirir o equipamento nos próximos dois anos e, se vierem a fazê-lo, 85% comprarão um aparelho pré-pago.