Ligação interurbana sofre alteração na telefonia móvel

A partir do dia 6 de julho, para realizar ligações interurbanas, os usuários de celulares terão de discar o número da prestadora de serviço fixo, antes do número do código da área e do telefone. Serão cinco operadoras à escolha (números 14, 15, 21, 23, 31). As dificuldades não envolvem apenas a obrigatoriedade de discar dois números a mais ou a reprogramação de toda a agenda do celular, de acordo com a prestadora de serviço escolhida.
Para o cliente, o desafio maior será saber qual a operadora oferece a tarifa mais baixa no momento da ligação e, para as operadoras, o aumento da concorrência. “Haverá uma guerra pela conquista e manutenção dos clientes. Por isso, além de ter preços mais baixos, as operadoras terão que realizar campanhas de marketing e desenvolver projetos de fidelização”, afirma Alexandre Santos, gerente da subsidiária Novabase do Brasil.
Os transtornos com a escolha do Código de Seleção de Prestadora (CSP) serão maiores no começo da operação. Tanto é que, por 120 dias, as chamadas de longa distância feitas sem o código de operadora poderão ser completadas normalmente. Durante esse período, caso o usuário esqueça de digitar o código de operadora nas chamadas de longa distância, sua chamada será completada através de uma operadora previamente definida.
Para Santos, o maior problema está no possível aumento de tarifas que isto pode acarretar e as conseqüências que este aumento pode trazer. O gerente da Novabase explica que, em alguns casos, são as operadoras móveis que determinam qual é o código usado – por exemplo, nos casos de o usuário esquecer de colocar o CSP ou o usuário receber a ligação deslocado. “Isso dá às operadoras grande poder de negociação com as fixas, uma vez que elas negociam por atacado.” Como, com a mudança, quem escolherá a prestadora será o próprio usuário, as operadoras de telefonia móvel perderão um instrumento de barganha, o que deve gerar perda de receita. “Elas vão querer compensar esta perda de alguma forma.”
“Mais do que nunca as empresas, tanto as de telefonia fixa quanto móvel, terão que conhecer seus clientes e realizar um trabalho para fidelizá-los, desenvolvendo campanhas especiais e voltadas para os usuários que dão mais retorno”, diz Santos. Segundo ele, desta forma, as perdas serão menores para as prestadoras e o custo pode ser reduzido para os usuários. Outro detalhe que pode ser destacado na questão da fidelização é que as operadoras que não têm acordo de co-billing estarão recebendo dados cadastrais do usuário, para que ele possa receber a fatura.
“Toda a mudança deve levar a uma maior sinergia entre as empresas de telefonia fixa e celular. Nesse cenário, sairão na frente as empresas ou grupos que possuem operadoras que já oferecem os dois tipos de serviços”, destaca Santos.

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