O Ibope Inteligência, em parceria com a rede global de pesquisas Worldwide Independent Network of Market Research (WIN), divulgou a terceira edição da pesquisa sobre a percepção da população mundial em relação à crise econômica. Intitulado Barômetro Mundial sobre a cise fnanceira, o estudo ouviu 21.088 pessoas em 22 países. A pesquisa aponta uma redução do pessimismo na população mundial, movimento diferente ao da população brasileira, onde o pessimismo apresentou variação de 14% para 15%.
Segundo Laure Castelnau, diretora executiva de atendimento e planejamento do Ibope Inteligência, o Brasil ficou mais tempo otimista que a média mundial, indicando que a população demorou mais a se dar conta dos efeitos da crise. “Mesmo assim, o País ainda é um dos mais otimistas do mundo”, afirma.
No cenário internacional, o grupo dos pessimistas tem perdido força. Na primeira onda, somavam 49% da população, na segunda 43% e, agora, chega à casa dos 31%. Da mesma forma, houve crescimento gradual na fatia dos otimistas, cuja soma variou dos 12% na primeira onda para 16% na segunda, chegando agora à marca de 19%. Entre os maiores países da América Latina – Brasil, México e Argentina – destaca-se o otimismo dos brasileiros. A situação irá melhorar para 29% dos brasileiros, 14% dos mexicanos e 11% dos argentinos. Ou, ao contrário, os pessimistas somam 41% na Argentina, 32% no México e 15% no Brasil.
O otimismo brasileiro em relação à situação econômica do país é um pouco maior em alguns segmentos da sociedade, principalmente na população mais carente (menor renda e escolaridade) e nas regiões norte, centro-oeste e nordeste. Vale observar que a população mais velha está mais pessimista e que o otimismo é maior entre homens e na faixa etária de 30 a 39 anos.
No que diz respeito à renda familiar, os indicadores apresentam poucas alterações desde dezembro de 2008. Os cidadãos continuam menos negativos em relação à própria situação financeira do que com a situação financeira da sociedade: enquanto 31% acreditam que a situação econômica vai piorar, somente 23% acreditam que a renda familiar vai diminuir nos próximos 12 meses. No entanto, de forma semelhante ao visto nas previsões econômicas, a maior parte da população global não acredita em alterações na renda: 48% acham que a renda da família se manterá a mesma nos próximos 12 meses.
No Brasil, foi verificada queda no otimismo quanto à renda familiar, mas também nesse indicador, o país se mantém entre os mais otimistas do mundo. Até março, o índice no Brasil estava completamente fora do padrão global. Na pesquisa atual, o percentual de otimismo brasileiro sofre uma forte queda, se equiparando ao padrão global. Fica, portanto, a impressão de que a reação do Brasil está defasada ou atrasada em relação aos demais países pesquisados.