O crescimento da telefonia celular no Brasil tem impulsionado uma nova modalidade de marketing, que já começa a ter representatividade na receita das operadoras de telefonia móvel. Análises da IDC, mostram que as mensagens B2C movimentaram U$ 129 milhões em 2007 e já representam 10% da receita dos serviços de valor agregado dessas operadoras. Em 2008, esse valor deve ultrapassar os U$ 150 milhões.
“Apesar do crescimento, esse mercado ainda está no início no Brasil”, destaca Vinicius Caetano, analista de telecom da IDC. Os dados fazem parte do estudo Mobile Content Services, cuja análise foi feita de forma quantitativa considerando o número de mensagens de publicidade e promoções, que hoje está em torno de um bilhão por ano entre todas as operadoras.
Já outro estudo correlato, Mobile Marketing, avaliou esse segmento qualitativamente comparando-o com os EUA, onde o mercado está muito mais avançado e movimenta cerca de US$ 105 milhões apenas com mensagens de publicidade. “O mobile marketing teve início mundialmente nesse país e hoje busca maior interatividade, utilizando outros meios como vídeos e patrocínios, da mesma forma em que é feita a propaganda na Internet”, explica Caetano. Ele sinaliza que “à medida que os telefones 3G entrarem no mercado nacional, o Brasil alcançará rapidamente esse estágio. Atualmente, esses aparelhos respondem somente por 1,2% da base de celulares”.
Para o analista da IDC, o mobile marketing deve crescer bastante nos próximos anos, especialmente em algumas modalidades como a tradicional que abrange apenas a recepção de mensagens, o leilão reverso e a propaganda baseada em localização, que é a grande novidade nessa área e deve se transformar em um segmento importante para o mobile marketing, viabilizado pelo GPS. “A base de celulares com GPS está aumentando e agora é o momento de se discutir a questão da privacidade, uma vez que essa questão se mal resolvida pode inviabilizar a implementação do sistema “, destaca Caetano.
Os custos do mobile marketing que não são de mensagens ainda são altos devido à diversidade de aparelhos celulares que funcionam com sistemas diferentes. “No futuro, a tendência é de consolidação não só do ponto de vista de propaganda como em termos de serviço ao cliente”, prevê o analista, lembrando que o mercado de provedores de conteúdo passa por uma acomodação, as pequenas empresas estão fechando ou estão sendo adquiridas pelas grandes.
De acordo com Caetano, o que ainda impede maior crescimento do mobile marketing no Brasil é justamente a falta de preparo das operadoras para fornecer informações detalhadas aos provedores de conteúdo. “As empresas de telefonia precisam segmentar o mercado e fazer um estudo das respectivas bases de clientes para obter maior eficiência no trabalho com os provedores de conteúdo móvel, responsáveis pela criação das propagandas. Essa segmentação evita que usuários recebam mensagens que não se encaixam em seu perfil, reduzindo o efeito spam, bem como os custos de envio” destaca o analista.