Mudanças no mercado em 2014

Autor: Anders Norinder
A tecnologia é um grande nivelador. Dispositivos como smartphones e tablets têm ajudado pequenos empreendedores a romper barreiras do sistema tradicional de pagamentos e vislumbrar novas oportunidades. 
Este ano, veremos os pagamentos com cartão via dispositivos móveis se firmarem ainda mais na prática diária de negócios no Brasil.
Aqui estão as minhas cinco principais previsões para a revolução dos pagamentos móveis em 2014:
Vale a pena ser diferente: Com o mercado cada vez mais competitivo, podemos esperar que 2014 seja o ano em que provedores de pagamento móvel começarão a se diferenciar claramente de seus rivais. Veremos os mPOS (ponto de venda móvel) tentarem ir além de apenas facilitar operações de pagamento. Podemos esperar que eles passem a explorar outros terrenos, como análise de vendas, sistemas de fidelização de clientes e parcerias com grandes empresas, como os bancos, que claramente almejam uma fatia deste mercado.
Atualmente, um smartphone, um aplicativo e um leitor de cartões pequeno podem oferecer mais opções, informação e análise do que um computador sofisticado, uma caixa registradora e um terminal de cartão convencional ofereciam apenas dois ou três anos atrás. Tudo por apenas uma fração do custo também.
A redução das barreiras para negócios em crescimento: Com os países ainda tentando sair da crise econômica, a importância das PMES para as economias nacionais nunca foi tão evidente. Segundo dados do IBGE, o Instituto Brasileiro Geografia e Estatística, as micro e pequenas empresas empregam 56,4 milhões de pessoas e têm um volume de negócios combinado de R$ 700 bilhões por ano.
Os governos estão reconhecendo sua importância e buscando alternativas para tornar menos burocráticas a instalação e a manutenção dessas empresas.
Em 2014, veremos ainda mais apoio por parte dos governos. Os bancos também devem responder com mais agilidade à demanda das PMEs ajudando a viabilizar seus projetos.
Facilitar o acesso ao pagamento com cartão é parte crucial desse movimento. Não é por acaso que os bancos estão buscando parcerias com startups de tecnologia para capacitar pequenas empresas. Juntas, as instituições financeiras e as desbravadoras digitais estão ajudando a capacitar pequenos negócios com meios de pagamento móvel.
Big data é tão 2013: O Big data – grande armazenamento de dados complexos em alta velocidade – e as oportunidades que ele oferece a grandes negócios e governos foi um dos temas-chave de 2013. No entanto, acreditamos que 2014 será o ano da “Small data”, ou seja, menos dados e mais informação seletiva. Acredito que a capacidade das PMEs de analisar e utilizar dados relevantes para marketing e oportunidades de negócio, se tornará mais acessível e evidente.
O melhoramento constantemente da capacidade analítica dos sistemas mPOS significa que mais dados de desempenho de negócios estarão disponíveis para as PME, que poderão planejar melhor seus negócios e, em última análise, aumentar seu potencial de vendas.
Vida móvel: Com a era do smartphone, estamos vendo uma crescente aceitação, por parte dos consumidores e das empresas, da tecnologia mudando a nossa forma de agir.
Não há melhor exemplo disso do que o uso de pagamentos móveis em Londres e Estocolmo por moradores de rua que vendem revistas como The Big Issue. Essa prática seria impensável pouco tempo atrás. Mas já temos exemplos de comerciantes, autônomos e profissionais liberais que também estão adotando leitores de cartão para smartphones e tablets. Um exemplo que vem de São Paulo é A Bela do Dia, serviço de entrega de arranjo de flores porta a porta de bicicleta e que este ano também conquistou mobilidade para receber com cartão.
Em 2014, creio que veremos mais e mais a adoção de pagamentos móveis por organizações sem fins lucrativos, que também combatem a crise financeira que segue subtraindo recursos vitais de seus projetos.
Padrão de cartão de chip vai aumentar em influência: Uma das principais discrepâncias entre os sistemas bancário nos EUA e no Brasil é a estrutura em torno de pagamentos com cartão. Os EUA ainda utilizam tarja magnética e cartões de assinatura no núcleo de seu sistema, enquanto a Brasil já adota maciçamente o cartão com chip. Este último é o sistema mais avançado dos dois e vai continuar para aumentar sua influência global.
Anders Norinder é o CEO da iZettle no Brasil.

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