Ao contrário do que se pensava, as empresas familiares não são menos competitivas. Pesquisa Deloitte para a Exame PME mostra que 76% das 100 pequenas e médias que mais cresceram no Brasil são controladas pelos próprios proprietários. Outro mito derrubado pela pesquisa é o de que a dificuldade para a obtenção de crédito impede o crescimento. As 68% das empresas que mais cresceram tiveram como principal fonte de recurso o capital gerado pela própria organização.
Outro dado relevante diz respeito à longevidade dessas empresas. A maior parte (62%) opera no mercado há duas décadas, mas somente 5% ultrapassaram meio século de existência.
A pesquisa mostra também que 55% das 100 que mais cresceram atuam no comércio internacional, realizando operações de exportação, importação ou ambas simultaneamente. No entanto, o comércio exterior responde por apenas 8% do total da receita líquida. A pesquisa mostra que o movimento de valorização cambial do real frente ao dólar, em curso desde princípios de 2003, afetou bastante as metas de desempenho no comércio exterior das pequenas empresas, pois trabalham com margens de lucro reduzidas.
Crescimento – A primeira colocada no ranking da Exame PME, a Nitrix da área de tecnologia, teve crescimento de mais de 1500% no período avaliado. Na Ergo Engenharia, a centésima da lista, o percentual foi de aproximadamente 20%. Ou seja, um crescimento muito superior à média do PIB nacional. “É importante destacar que 41% dessas empresas dobraram o faturamento nos três últimos anos”, diz José Paulo Rocha, sócio-líder de Finanças Corporativas da Deloitte.
O número de funcionários das 100 que mais cresceram acompanhou o desempenho. Em 2003, a média era de 252 pessoas e, em 2005, subiu para 405.
A pesquisa analisou dados de empresas com faturamento entre 5 e 150 milhões de reais nos últimos três anos (2003 a 2005), representantes de 19 setores da economia, com destaque para tecnologia e computação (25% do grupo das 100 que mais cresceram), serviços diversos (16%) e construção (11%).