Autor: Ricardo Santana
Especialistas de diversos países tentam explicar a importância da informação digital para impulsionar os negócios. Atualmente, os dados estão disponíveis para todos, mas a aplicação depende da confiança na qualidade da fonte, na compreensão de como eles fluem e quem tem acesso ao conteúdo.
Estimativas da KPMG revelam que 90% dos dados atuais foram produzidos nos últimos dois anos, com expectativa de que esse volume dobre anualmente nos próximos cinco anos. Isso faz com que o sucesso das empresas do futuro dependa cada vez mais da compreensão correta do negócio e da seleção da tecnologia correta para processar e dar significado às informações. Ainda assim, diante da quantidade de dados disponíveis, não faz sentido processar tudo, sendo necessário definir, primeiramente, como o gerenciamento de dados suporta os objetivos e a estratégia geral da organização.
Apesar disso, 67% dos executivos globais ainda confiam em seus próprios instintos em relação aos dados que recebem, segundo o estudo CEO Survey, da KPMG, o que se contrapõe às empresas com estratégias claras de gerenciamento de dados que os utilizam para alcançar benefícios mensuráveis pouco tempo.
No Brasil, 91% dos 53 CEOs que participaram da pesquisa CEO Outlook dizem que suas organizações têm compreensão geral sobre transformação digital e 84% disseram que a maior parte dos investimentos em tecnologia é estratégico. A pesquisa também destacou que 91% estão cientes sobre a responsabilidade de proteger informações dos clientes e 87% disseram não haver dificuldades para acompanhar o ritmo de inovação tecnológica.
Dito isso, cabe destacar que há no mercado uma série de exemplos de fracassos decorrentes da falta de conhecimento operacional. Mas há também casos de empresas com equipes de vendas questionando a qualidade dos dados recebidas dos clientes. Na opinião dessas pessoas, os dados não suficientemente claros ou estavam sendo protegidos.
Para ajudar a melhorar a confiança deles, a solução é aplicar uma abordagem de análise avançada com centralização e enriquecimento dos dados. Isso ocorre com uma escala ampla de métodos e fontes, correções na qualidade de dados padrão, inteligência artificial, alavancagem de fontes de dados internas e integração de dados externos.
Desse modo, é possível aumentar a qualidade geral e aperfeiçoar a confiabilidade das informações específicas disponíveis. Ainda assim, a execução de um trabalho eficiente não pode parar aí, mas deve envolver a compreensão do processo, o aproveitamento dos benefícios e a mudança da cultura corporativa com a incorporação da estratégia de dados digitais orientada para o sucesso do negócio.
Essa transformação, que não pode se restringir aos dados, também deve ser incorporada à mentalidade dos profissionais do futuro para que tenham uma percepção diferente aplicável à cultura corporativa. Os principais líderes do futuro estão investindo na democratização conectada pois já perceberam que a grande quantidade de dados produzidos e coletados exigirão essa nova mentalidade para se manterem competitivos e melhorarem o impacto dos negócios.
Os dados que impulsionam o planejamento estratégico e a operação proativa são a filosofia central da organização conectada com elevado nível de maturidade na transformação digital que derrubará as barreiras que separam recursos humanos, finanças, compras e outras funções. É com base nos dados e na aplicação de análises que essas organizações poderão reduzir funções verticais isoladas para chegarem a novos modelos de negócios mais focados nos clientes com uma tomada de decisão mais rápida, gerando menos custos e melhores experiências do consumidor.
Ricardo Santana é sócio-líder da área de Análise de Dados da KPMG no Brasil.