O alvo da disruptura

Quando se trata de disrupção, as empresas precisam estar atentas aos seus serviços para compreenderem se há brechas para que haja uma quebra do padrão de consumo naquele setor. Fato é que alguns segmentos correm maiores riscos de passarem por inovações desruptivas do que outros. “Alguns setores correm maiores riscos basicamente porque existem muitos problemas conjunturais e estruturais para atender bem os cliente ou usuários. Por exemplo, o segmento de transporte tem uma demanda tão alta no mundo e a complexidade da estrutura de transporte é tão alta que o nível de serviço para transporte é na maioria das cidades insatisfatório para os consumidores. Isso faz com o ambiente ajudasse no sucesso da disrupção gerada pelo Uber. A partir de um modelo de negócio que criou uma oferta que não existia (carros particulares ociosos) associada à alta demanda de pessoas precisando se transportar e ao um novo comportamento das novas gerações, somado à uma usabilidade completamente nova, foi criada uma disrupção e mudou de maneira definitiva o mercado de transporte particular no mundo”, esclarece Ronald Domingues, Diretor de Finanças e Estratégia da Multiplus.
Este novo modelo em que as companhias precisam estar atentas às possibilidades de disruptura é algo bastante positivo para o mercado e até mesmo para o ecossistema dessas próprias organizações. “Vejo grandes empresas mais adaptadas e preocupadas com a imprevisibilidade do modelo de negócio delas e é visível a mudança cultural de muitas empresas adotando novas metodologias, novas hierarquias e buscando novos negócios, mesmo que incrementais. Por exemplo, a adaptação da forma de trabalho e digital moving de grandes bancos e seguradoras brasileiras que estão sendo bombardeadas por startups dos mais diversos tipos”, explica o diretor, que também comenta sobre as dificuldades das empresas tradicionais acerca da novidade: “Tradicionalmente empresas já consolidadas vão ter dificuldades em gerar disrupção, pois de maneira natural há um apego com o modelo de negócios atual e muitas vezes uma disrupção pode reduzir a rentabilidade e lucratividade dele que não é algo satisfatório no curto prazo de qualquer empresa. Por isso que no meu entendimento, as disrupções são protagonizadas por startups, pois há um conservadorismo natural das grandes empresas”.
O cliente é a parte mais importante dentro desse movimento, fazendo com as companhias precisem sempre mantê-lo ativo quanto à comunicação de suas ideias, sugestões e demandas. “Criamos o Conselho do Participante com o objetivo de nos fortalecer ainda mais como uma empresa voltada em entregar a melhor experiência aos nossos participantes e complementa as ações que já temos nessa área. Nos encontros realizados, quem faz a pauta são os próprios clientes. São eles que trazem os temas e sugestões que querem discutir e nossos gestores apenas ouvem, trazendo os retornos nos próximos encontros”, revela o executivo. 

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